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quinta-feira, 15 de julho de 2010

Governo paulista dobra gasto com publicidade

(por Catia Seabra, da Folha de SP)
Média mensal no primeiro semestre cresceu 156% em relação a anos anteriores. Governos turbinam despesas no primeiro semestre porque a lei impede propaganda durante a campanha.

De janeiro a junho de 2010, o governo de São Paulo mais do que dobrou a média mensal dos gastos com publicidade em comparação aos três anos anteriores.
Vitrine principal do PSDB nas eleições de outubro, o governo do Estado gastou em seis meses R$ 141,8 milhões com publicidade e comunicação institucional.
No período, a média mensal foi de R$ 23,6 milhões, ante R$ 9,2 milhões mensais apurados como média dos primeiros semestres de 2007, 2008 e 2009 -crescimento de 156,5%. Os dados são do próprio governo.

BRECHA NA LEI

A lei diz que, em ano de eleição, os gastos com publicidade não podem superar a média dos três anos anteriores. Mas, apesar disso, o salto dessas despesas não pode ser considerado ilegal.
Isso porque a mesma lei impede que os governos façam gastos com propaganda nos três meses que antecedem o pleito. Assim, no fim do ano, a média mensal obrigatoriamente cairá.
Em seis meses, o governo já gastou 88,6% do seu teto legal. Segundo a Secretaria de Comunicação do Estado, cerca de R$ 20 milhões podem ser gastos no fim do ano.
Para evitar a explosão de gastos no primeiro semestre de anos eleitorais, ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) estudam rever o texto da lei, para que seja considerada a média mensal em cada semestre.
O salto nos gastos com publicidade da administração Serra em 2010 supera o do governo Lula, que também registrou crescimento em comparação idêntica.
Como mostrou a Folha, em 2010 o governo federal gastou uma média mensal de R$ 24,3 milhões contra R$ 12,3 milhões nos anos anteriores -aumento de 97,5%.
Em São Paulo, nos seis primeiros meses de 2007, os gastos do governo com publicidade somaram R$ 19,5 milhões. Em 2008, foram R$ 33,9 milhões; e, em 2009, R$ 111,8 milhões.
Em junho deste ano, o governo levou ao ar cinco campanhas, incluindo um balanço institucional de gestão. A última foi veiculada no dia 2, limite do prazo legal.
O ritmo deste ano vai na contramão do praticado de 2007 a 2009, quando mais da metade dos gastos ocorreu no segundo semestre. Mas repete o ano de 2006, também de corrida presidencial.

Governo do Estado de São Paulo não põe um centavo no SAMU/192.

(por Conceição Lemes, do site Vi o Mundo)

Selma Correa, 67 anos, mora na Vila Mariana, bairro de classe média alta de São Paulo. Há 15 teve um infarto agudo do miocárdio. Estava sozinha em casa.
“De repente, senti uma dor violenta e persistente no peito. Meu braço esquerdo começou a formigar e eu, a suar frio. Tive tosse e vontade de vomitar. Parecia haver algo espremendo o meu tórax”, relembra. “Desconfiei de infarto, pois uma irmã havia tido. Imediatamente desci [mora no 14º andar], peguei o primeiro táxi que passou e fui para o pronto-socorro do Hospital São Paulo. Era infarto violento. Minha pressão arterial chegou a 6 por 4 [considera-se normal 12 por 8]. O médico disse que se eu tivesse esperado mais uns minutos – de casa ao hospital são dez –, não estaria mais aqui.”
Há três anos uma amiga de Selma, Elenice Cortês, que reside no mesmo bairro, começou a passar mal enquanto conversavam ao telefone. Os filhos estavam na faculdade e o marido em viagem.
“No ato, liguei para o SAMU – o 192. Em 20 minutos a equipe chegou. Mediu pressão, ouviu o coração, colocou minha amiga no soro, conversou com a central e levou-a para o pronto-socorro. Ela teve um derrame [acidente vascular cerebral, ou AVC]”, conta Selma. “Hoje, quando vejo alguém se acidentar ou passar mal na rua ou em casa, chamo na hora o SAMU.”
Selma não é exceção. Cada vez mais o 192 é acionado. De telefone celular, fixo ou orelhão, a ligação é gratuita. SAMU é a sigla do Serviço de Atendimento Móvel de Emergência, programa criado em 2003 pelo governo federal. O SAMU atende o usuário na residência, na via pública e no local de trabalho.
“No Brasil, havia municípios que dispunham de alguns serviços para atender emergências pré-hospitalares”, afirma o médico Clésio Mello de Castro, coordenador geral de Urgência e Emergência, do Ministério da Saúde. “Porém, como programa do SUS [Sistema Único de Saúde], destinado a 100% da população, esse atendimento só passou a existir há sete anos, quando o SAMU foi criado.”
“Através do telefone 192, o socorro chega onde o usuário está. A equipe presta atendimento já no local, antes de chegar nospital, no menor tempo possível, salvando vidas e diminuindo seqüelas”, explica Castro. “O programa ‘enxerga’ ainda o serviço mais próximo e adequado para levá-los em seguida para diagnóstico preciso e tratamento, quando necessário. A ambulância vai direto, ganha tempo, o que é crucial em emergências.”

AMBULÂNCIA E EQUIPE ESPECÍFICAS PARA CADA SITUAÇÃO

A ambulância é a vitrine do SAMU. É a parte mais visível, a que se vê nas ruas. São 1.521 em 1.286 municípios já atendidos pelo programa. Dependendo da área, há também motos, lanchas e helicópteros.
“Quando você disca SAMU/192, está ligando para uma central de regulação, onde, além das telefonistas, há profissionais de saúde, inclusive médicos”, esclarece Castro. “O tipo de atendimento, ambulância e equipe vai depender da gravidade do caso. Há situações em que basta uma orientação por telefone.”
É o caso de uma criança que cai na escola e faz um pequeno corte na testa. Da própria central, o médico pode orientar a professora a proteger o machucado e encaminhar com o próprio carro o aluno até o hospital.
Outro exemplo: pai liga para o SAMU para saber se a dose do remédio que a criança ingeriu está adequada. Também da central, o médico orienta-a. Isso também salva vida, pois a dose errada pode ter efeitos colaterais graves.
Já se a pessoa cai da própria altura (por exemplo, escorrega na rua ou em casa), está consciente e sem fratura exposta, o médico da central envia ambulância com suporte básico, cuja equipe vai imobilizar o doente e levá-lo ao hospital mais próximo.
A ambulância de suporte básico normalmente é composta de motorista socorrista (treinado para auxiliar no atendimento) e técnico de enfermagem. Eles dão os primeiros cuidados para que este paciente não tenha prognóstico pior.
Em casos de capotamento de veículo, com perda da consciência, ou infarto, é necessário cuidado médico especializado no local. É enviada então uma UTI móvel, com médico e enfermeiro. Todos os equipamentos que existem numa UTI há nesta ambulância.
“Parte das ambulâncias do SAMU é equipada com aparelho que faz eletrocardiograma, transmite-o via telefone para uma central no Hospital do Coração [HCor], que faz a leitura e devolve o resultado”, ressalta Castro. “Todo esse processo dura, em média, cinco minutos. Ele permite diagnóstico mais preciso ainda em casa. Se confirmado infarto do miocárdio, por exemplo, a equipe do SAMU já inicia a medicação antes mesmo de levar o paciente para o hospital.”
O serviço de eletrocardiograma digital à distância é uma tecnologia de ponta e visa aos usuários do SUS. É uma parceria do Ministério da Saúde com o HCcor, em São Paulo, cujo diretor-geral é o dr. Adib Jatene. A central do hospital, com 16 cardiologistas, funciona também 24 horas por dia.
“O procedimento permite agilidade, precisão e redução do tempo de atendimento, diminuindo as sequelas e mortes por doenças cardiovasculares”, afirma o professor Adib Jatene, considerado um dos grandes cirurgiões cardíacos do país. “Pode reduzir em até 20% o número de mortes por doenças do coração.”
“O SAMU atende rápido e no local em que o paciente está”, reforça Clésio Castro. “Seguramente está salvando muitas vidas.”
“Aparentemente, o atendimento do SAMU diminui o risco de óbito no local, mas ainda não há estudos de longo prazo das vítimas após a alta”, observa Gustavo Fraga, professor e coordenador de Cirurgia do Trauma da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “O SAMU faz o socorro pré-hospitalar. Mas isso não garante que as vítimas de trauma, que representam 25% dos atendimentos, sobreviverão depois e terão qualidade de vida. Para que o SAMU tenha impacto efetivo é preciso investir também e bastante nos hospitais de referência e na reabilitação. O SAMU resolve apenas um pedaço do problema. De qualquer forma, inegavelmente, é um avanço importante.”

TODOS OS ESTADOS CONTRIBUEM, EXCETO SÃO PAULO

O SAMU alcança 106 milhões de brasileiros. Região Sul: 17.221.962. Nordeste: 26.179.381. Centro Oeste: 10.407.577. Sudeste: 45.371.427. E região Norte: 6.550.451.
Acre, Distrito Federal, Goiás, Sergipe, Santa Catarina já têm 100% de cobertura. É provável que ainda em 2010 se torne também universal nos estados de Alagoas, Amapá, Amazonas, Pará, Paraná e Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte
“O financiamento do SAMU é tripartite: 50% vêem do governo federal, 25% do estado e outros 25% do município”, expõe Castro. “A participação dos três entes da federação dá mais sustentabilidade ao programa, facilita a sua manutenção e ampliação e possibilita atendimento adequado.”
Supondo que o custo anual seja de 50 milhões. À União cabem 25 milhões, ao estado, 12,5 milhões e aos municípios, outros 12,5milhões, divididos entre eles.
Todos os estados – inclusive os do Norte e Nordeste — participam da divisão de contas, exceto um: São Paulo, até recentemente governado pelo presidenciável José Serra (PSDB), ex-ministro da Saúde do governo Fernando Henrique Cardoso. São Paulo não coloca um centavo no projeto SAMU. É a opção gestora adotada pelo estado.

Portanto:

1) Todo o atendimento do SAMU em São Paulo, inclusive as ambulâncias, é custeado unicamente pelo governo federal e municípios. São 91 municípios e 32 centrais.
2) A conta dividida em dois fica então mais pesada para os municípios, que são obrigados a arcar com a parte que deveria ser do estado, aumentando os seus gastos.
3) Se São Paulo contribuísse com a porcentagem que foi pactuada, certamente a cobertura do SAMU no estado seria muito maior.
“Não temos como obrigar o estado a investir no SAMU”, atenta Castro. “Porém, é responsabilidade dele também pelo pacto tripartite. São Paulo não está cumprindo o seu papel. Esperamos que reveja a sua posição, pois facilitaria a ampliação do SAMU no estado.”
A propósito, se na sua cidade já tem o SAMU, não hesite em telefonar para o 192 nestas situações:
* Ocorrência de problemas cardiorrespiratórios
* Intoxicação
* Queimaduras graves
* Ocorrência de maus tratos
* Trabalhos de parto onde haja risco de morte da mãe ou do feto
* Tentativas de suicídio
* Crises hipertensivas
* Quando houver acidentes/trauma com vítimas
* Afogamentos
* Choque elétrico
* Acidentes com produtos perigosos
* Transferência entre hospitais de doentes com risco de morte

Não imaginam o alívio que dá, quando se vê o SAMU chegar, pois as equipes são treinadas para lidar com emergências. Esta repórter já testemunhou isso algumas vezes. A ligação para o 192, relembramos, é gratuita. Em caso de urgência, não perca tempo. Ligue IMEDIATAMENTE para o 192. Alguns minutos podem fazer a diferença entre a vida e a morte ou mais seqüelas.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Pedágios, interferência na TV Cultura e ameaça da democracia.

(da Agência Estado)
O presidente da Fundação Padre Anchieta, João Sayad, negou ontem ter havido motivação política no afastamento de Gabriel Priolli da Diretoria de Jornalismo da TV Cultura. Ele alegou que Priolli não tinha o perfil adequado para o cargo na emissora, gerida pela fundação.
"Foi uma escolha equivocada", afirmou Sayad. Jornalista experiente, com passagem por alguns dos principais jornais e televisões do Brasil, Priolli trabalha para a TV Cultura há mais de uma década e permaneceu apenas uma semana no cargo.
Seu afastamento alimentou a suspeita de ingerência política na emissora pública ligada ao governo de São Paulo. Segundo versão amplificada pela internet, Priolli foi afastado do posto por orientar a produção de uma reportagem sobre as tarifas de pedágio nas estradas estaduais, tema abordado com insistência pela campanha do PT ao governo paulista.
O jornalista preferiu não se manifestar sobre o episódio: "Vou manter silêncio, pois ainda sou funcionário da TV Cultura". O destino de Priolli dentro da emissora deve ser definido hoje, em reunião com o vice-presidente da fundação, Ronaldo Bianchi. Tanto a nomeação quanto a destituição de Priolli foram comunicadas a ele pelo diretor de Conteúdo da TV Cultura, Fernando Vieira de Mello.
O seção paulista do PT anunciou que vai pedir ao Ministério Público Eleitoral que investigue o afastamento de Priolli. O candidato do partido ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, foi entrevistado para a reportagem sobre pedágios, assim como o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin.

Comentário (do blog de Luis Nassif)
João Sayad pode ter inúmeros defeitos. Mas sempre foi suficientemente inteligente e bem humorado para não se expor ao ridículo. Desta vez, não escapou. Passa a integrar o longo elenco de seguidores do rei, que entregam a ele tudo, até a imagem pública. Aliás, é o primeiro graduado a entrar na lista.
Priolli é jornalista conhecido. Tem histórico, para ser analisado. De repente, entra a nova direção, coloca-o no cargo de diretor de jornalismo e descobre uma semana depois que não tem "perfil". E qual a matéria que determina essa brusca mudança de avaliação? A do pedágio, óbvio, a única que foi pessoalmente derrubada pelo vice-presidente de programação Fernando Vieira de Mello, no dia anterior ao da demissão de Priolli.
A alegação de Vieira de Mello - em entrevistas posteriores - foi a de que a matéria era falha por não ter ouvido todos os candidatos ao governo de Estado em período eleitoral. Só faltava, para cada tema estadual ouvir todos os candidatos. Não sairia uma matéria sequer sobre o assunto. Esse suposto cuidado eleitoral ocorre no momento em que seguidores do candidato a presidente Plínio de Arruda Sampaio montam campanha na Internet para solicitar que o Roda Viva - o principal programa da Cultura - dê ao candidato o mesmo espaço concedido a Serra, Dilma e Marina. Para o principal programa da emissora, não é necessário perseguir a isonomia. Para uma matéria de três minutos sobre pedágios, sim.
Outro ponto foi o afastamento de Heródoto Barbeiro. Com ou sem a pergunta sobre pedágio a Serra, Herótodo estava com os dias contados devido a idiossincrasias antigas do próprio Serra. Ele nunca escondeu seu desagrado com Heródoto, a quem taxava de "petista". No reino de Serra não há espaço para contemporizações. Qualquer implicância do chefe, qualquer sinal de desagrado é senha para degolas, para não se incorrer na sua ira. Daí essa truculência de demitir um diretor de jornalismo devido a uma única reportagem - sem a menor sensibilidade para prever a grita que se seguiria. Com Serra, nenhuma sutileza é permitida.
O primeiro ato da gestão dessa fortaleza chamada Paulo Markun foi afastar Heródoto do Jornal da Cultura. Houve enorme grita dos telespectadores. Heródoto acabou voltando dentro de um modelo de jornal - com duas apresentadoras - que matou completamente o espírito original do Jornal da Cultura. Mudança de perfil, inconsistência na grade, subordinação da pauta aos interesses do Palácio Bandeirantes transformaram o Jornal da Cultura em um programa irrelevante - ainda na gestão Markun.
Markun deu tudo o que Serra pediu. Tinha assegurada sua permanência no cargo porque Serra o apoiava. Dançou quando foi alvo de um elogio público de Geraldo Alckmin, dizendo que gostava muito dele. Foi o que bastou para perder o apoio de Serra, que é contrário a amores volúveis. Perdendo, dançou. O Palácio fez uma gambiarra, lançou o Secretário da Cultura João Sayad para presidente da Fundação Padre Anchieta e improvisou Andréa Matarazzo como interino até o final do mandato. E venceu as eleições para presidente da FPA. E ainda há quem discuta se há ingerência política ou não na ex-BBC brasileira.
Ocorre que TV é cast - apesar das TVs públicas ainda não terem descoberto o óbvio. E Heródoto é de longe o jornalista mais premiado e conhecido da TV Cultura. Aliás, ele não é apenas respeitado: é dos poucos jornalistas efetivamente amados por seu público. Se a decisão de trocar Heródoto do Roda Viva era anterior, qual a razão para, até agora, não ter sido definido seu novo papel na programação. Justo ele, o mais premiado jornalista da Cultura?
A informação passada de que a decisão de afastar Heródoto nada teve a ver com a pergunta sobre o pedágio esconde o essencial: quem pediu sua cabeça foi Serra, por idiossincrasias antigas. Mesmo sem o pedágio, teria dançado.
Aliás, a cada governo estadual que passa, mais admiração tenho pelo ex-governador Paulo Egydio Martins.

Pedágios e mais pedágios.

(do Transparencia São Paulo)
A irritação que começa a tomar conta da população paulista sobre os pedágios nas rodovias entregues para a administração de concessionárias privadas tem várias outras razões que vão se somando. Alguns exemplos:
a) rodovias de ótima qualidade (como a Rodovia D. Pedro, por exemplo), quando concedidas, passam a exibir mais praças de pedágios com preços mais caros, sem que ocorra nenhum tipo de melhoria significativa;
b) praças de pedágio tem sido implantadas em rodovias estaduais com pistas simples, acostamento e sinalização deficientes (caso da rodovia Jundiaí - Itatiba);
c) os investimentos das concessionárias concentram-se na construção de novas faixas e recapeamento, normalmente com qualidade inferior ao anterior;
d) os investimentos na construção de "marginais" nos trechos urbanos das principais rodovias concedidas não tem sido executados (exemplos: Rodovia Santos Dumont em Campinas, Rodovia Washington Luis entre São Carlos e Araraquara, Rodovia Washington Luis em Rio Preto, Rodovia Anhanguera em Ribeirão Preto, Rodovia Marechal Rondon, em Bauru, etc.);
e) Investimentos em "obras de arte" (viadutos, passarelas e trevos) também não tem sido executados conforme a necessidade (exemplo: viaduto e trevo de acesso à nova rodoviária de Jundiaí, na Rodovia Anhanguera);

domingo, 11 de julho de 2010

O verdadeiro debate sobre os pedágios no Estado de São Paulo.

(do Transparência São Paulo)
O debate sobre o excesso de pedágios e suas tarifas abusivas em todo o Estado de São Paulo vem pautando o início da campanha para o governo do Estado.
Todos os candidatos estão sendo convocados a responder sobre o que farão a respeito. Nesta campanha,o fato novo é que o candidato governista já se manifesta dizendo que alguns casos terão que ser revistos.
Após mais de uma década de tarifas abusivas e a ampliação impressionante de praças de pedágios por todo o Estado, só agora este tema parece entrar definitivamente em debate. Se isso ocorre, é porque existe grande insatisfação por parte da população em todo o Estado.
Para que este debate possa ser bem feito, porém, algumas questões devem ser enfrentadas, desmontando-se idéias tão simples quanto equivocadas que foram difundidas até agora:

1) Primeiro: as estradas paulistas estão entre as melhores do país, e isso se deve ao sistema de concessões privadas e a cobrança de pedágios.
Falso. As estradas paulistas sempre estiveram entre as melhores do país, dentro do padrão de cada época. As rodovias dos Bandeirantes, Imigrantes, Castelo Branco e Airton Senna, para ficarmos em só algumas, desde que foram criadas, no final dos anos 70 e anos 80, sempre estiveram entre as melhores e mais seguras do país. Havia apenas uma diferença: quando estavam sob a administração do Estado, tinham menos pedágios do que agora.

2) Segundo: o preço do pedágio só é pago por quem usa as rodovias.
Falso. Nas estradas paulistas circulam grande parte do transporte de carga do país. Como os caminhões não possuem tarifas diferenciadas, toda a tarifa abusiva dos pedágios passa para o preço de todas as mercadorias que por aqui circulam, atingindo o bolso de todo mundo. O custo paulista dos pedágios onera abusivamente a produção e circulação de mercadorias.

3) Terceiro: o modelo paulista de concessões é o mais adequado, já que permite que o governo estadual invista mais em outras estradas, sobretudo com os recursos pagos pelas concessionárias ao poder público (através do chamado "ônus fixo"):
Falso. Ainda no final de 2006, as estradas estaduais administradas pelo próprio governo estadual estavam em péssimas condições. A situação começou a ser revertida através de empréstimo internacional feito junto ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Ainda assim, são inúmeros os problemas em grande parte da malha viária estadual. Por outro lado, o usuário paulista tem sido fortemente penalizado por este modelo, pagando inclusive por quilômetros não rodados.

Debate sobre pedágios marca campanha de governador

(da Agência Estado)
Mercadante ataca modelo tucano e promete renegociar tarifas; Alckmin sugere[br]revisão caso a caso
A cobrança de pedágios no Estado de São Paulo tornou-se tema central do debate entre os candidatos ao governo Geraldo Alckmin (PSDB) e Aloizio Mercadante (PT) na largada da eleição.
Em resposta ao tucano, que admitiu anteontem a possibilidade de haver redução das tarifas em alguns trechos, Mercadante, no primeiro ato de campanha na capital paulista, criticou o fato de o PSDB somente reconhecer abusos na cobrança após ter administrado o Estado por 12 anos.
"Finalmente eles começaram a reconhecer que o preço do pedágio é abusivo. E o preço do abuso vai ser a derrota eleitoral", afirmou o petista, que abriu seu discurso na Praça da Sé, ao lado da candidata à Presidência, Dilma Rousseff, dizendo sentir "o sabor da vitória" em razão do empenho da militância do PT.
O petista afirmou que, se eleito, fará uma negociação com as empresas concessionárias de rodovias para rediscutir a margem de lucro e renegociar contratos.
"Eu vou sentar com essas empresas e eles vão ter de reconhecer que no governo Lula o povo está comprando mais automóvel, está andando mais de ônibus, tem mais caminhão de carga, e eles não podem ter a margem de lucro que estão tendo." Segundo o petista, essa negociação será feita com "seriedade e com responsabilidade para impulsionar o desenvolvimento no interior do Estado".
Além da polêmica sobre pedágios, Mercadante afirmou ainda que vai recuperar a malha ferroviária de São Paulo. Acusou o PSDB de ter "privatizado e sucateado" as ferrovias do Estado.
Caso a caso.
Ontem, em Jundiaí, Alckmin reafirmou que pretende revisar as tarifas de pedágio ? mas apenas em determinados trechos. "O que coloquei é que em alguns casos você pode ter uma cidade ou um bairro muito perto de uma praça de pedágio em que a pessoa percorre às vezes um período curto e paga a tarifa cheia, então esses casos nós vamos analisar caso a caso e vamos procurar reduzir", afirmou o tucano.
O candidato deu como exemplo a praça de pedágio entre Jaguariúna e Campinas, em que o usuário da rodovia SP-340 paga R$ 8,20 para rodar 18 quilômetros. "O governo já está fazendo isso. Jaguariúna que eu citei ontem (terça-feira, em Campinas) já vai dividir, quem for para Jaguariúna vai pagar metade. Eu citei também Indaiatuba. Então nós vamos analisar caso a caso."
Na campanha alckmista, é descartada uma revisão completa das tarifas de pedágio no Estado, como propõe Mercadante. Tucanos afirmam que o assunto vem sendo discutido nos núcleos de projeto de governo e a avaliação "caso a caso", como afirmou Alckmin, está sendo feita aos poucos ? especialmente em trechos de rodovias que ligam distritos mais afastados às regiões centrais das cidades.
Eles negam, com veemência, que haja uma ruptura entre as negociações da gestão do ex-governador e a do presidenciável tucano José Serra. E lembram que Alckmin foi o responsável pelo programa de concessão de rodovias como vice do então governador Mário Covas (PSDB).
Em Campinas, mais tarde, Serra também respondeu sobre a revisão de pedágios no Estado. Ele minimizou a questão, reduzindo-a ao caso de Jaguariúna. "Não vi a entrevista (de Alckmin). Mas a questão de Jaguariúna já está resolvida", afirmou.
Mais temas.
Alckmin e Mercadante também têm destacado em seus discursos diferenças sobre temas como educação e segurança. Enquanto o tucano tem defendido a criação de mais escolas técnicas no Estado, o petista tem priorizado em seus discursos mais policiamento perto das escolas.

Pedágio transfere renda dos mais pobres para os mais ricos.

(da Agência Brasil e do siteVi oMundo)
Mercadante defende mudança na forma de cobrança dos pedágios nas estradas paulistas
Ao participar de um evento na tarde de hoje (07) na favela de Heliópolis, em São Paulo, o candidato ao governo de São Paulo pelo PT, Aloizio Mercadante, disse que a redução dos preços e a modificação na forma de cobrança dos pedágios nas estradas paulistas estão entre suas propostas de governo.
Segundo ele, a questão dos pedágios passa pela revisão do modelo de concessão estabelecido em contrato com as concessionárias das estradas paulistas. Os contratos mais antigos de concessão variam conforme o Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM) e os novos, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Mercadante disse ainda que também vai estudar a implantação de um novo sistema de cobrança, que já existe nos países desenvolvidos e onde o usuário só pagaria pelo quilômetro efetivamente rodado. A ideia é acabar com as praças de pedágio, com o sistema passando a funcionar por meio de um chip no caro e a cobrança sendo feita por meio de uma conta do usuário.
“Se pagarmos pelo quilômetro efetivamente rodado, vamos conseguir gerar uma coisa mais equilibrada para a população. Mas as tarifas, de qualquer forma, estão muito abusivas. São as mais altas do mundo”, disse.
O candidato petista ao governo paulista também falou de suas propostas para a área de segurança pública. Entre elas, ade se separar os presos por grau de periculosidade, em quatro níveis: primário, reincidentes não perigosos, perigosos e chefes do crime organizado. Os presos dos dois primeiros níveis seriam estimulados a trabalhar e a se educarem para obterem redução de pena, “para que se tenha uma perspectiva de que o egresso volte para a sociedade sem reincidir no crime”, afirmou.
Ainda sobre a questão do sistema penitenciário, Mercadante também propõe que sejam utilizadas as penas alternativas, com os condenados cumprindo trabalho para a sociedade. “Por exemplo, põe para construir creches, cortar grama. Na Inglaterra, 70% das penas são alternativas. E há estatística mostrando que aqueles que pagam com penas alternativas [a reincidência] é muito menor do que [aqueles] que vão para os presídios e que são aliciados pelos crimes organizados”, disse.


PS do Viomundo: Eu acrescento que os pedágios, da forma que estão implantados hoje em São Paulo, funcionam para transferir renda dos mais pobres para os mais ricos. Todos sabemos que quem paga pedágio para transportar mercadoria repassa o preço para os produtos. Ou seja, no fim das contas quem não tem automóvel e não roda nem um centimetro em uma rodovia pedagiada acaba ajudando a pagar a conta dos que tem automóvel e rodam nas rodovias.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Aumento dos pedágios paulistas provoca manifestações.

O Movimento Estadual Contra os Pedágios Abusivos de São Paulo pretende parar o trânsito em cinco estradas paulistas amanhã, quando serão reajustadas as tarifas em todas as rodovias estaduais concedidas.
O objetivo do grupo é protestar contra os preços cobrados. Segundo a entidade, haverá manifestações nas rodovias Castello Branco, Raposo Tavares, Anhanguera, Santos Dumont e na Estrada Velha de Campinas.
O movimento, criado este ano, escolheu 1º de julho como o "Dia da Luta contra os Pedágios Abusivos no Estado" e pretende usar a data para ganhar visibilidade e pressionar o governo e concessionárias a rever tarifas.
O movimento terá a adesão dos principais sindicatos ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Os reajustes serão de 4,17% para as vias concedidas até 2000, e de 5,21% para as concessões mais recentes. Na Anchieta-Imigrantes, por exemplo, o preço sobe de R$ 17,80 para R$ 18,50.
Na região de Indaiatuba, a 105 km de São Paulo, moradores criaram um movimento para debater os preços abusivos das tarifas cobradas nas principais rodovias estaduais. Com o apoio de entidades sociais e movimentos classistas, defendem, entre outros pontos, a revisão dos contratos.
Segundo o coordenador do movimento, José Matos, desde o início da privatização das rodovias do Estado de SP, em 1998, foram instalados 112 pedágios nas estradas paulistas.
- Pedágio não é imposto, é tarifa. Não devemos pagar por um serviço que não utilizamos.
Matos cita a cobrança no trajeto entre Indaiatuba e Campinas para exemplificar as tarifas cobradas no Estado.
- São 20 quilômetros de estrada, mas a cobrança é pelos 62 quilômetros disponíveis.
Com isso ficou mais barato viajar para outro Estado do que internamente. Cruzar de carro entre os 404 quilômetros entre São Paulo e Curitiba, por exemplo, custa R$ 9 em tarifas.Trafegar de Santos a São Paulo custa mais do que o dobro.
hoje, o estado de São Paulo possui mais pedágios do que todo o resto do Brasil. De acordo com informações da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias, são 160 pontos de cobrança em vias estaduais e federais no território paulista, ante 113 no restante do país.
(do O Globo e Destak Jornal SP)

Privatizações

Privatizações
Memórias do Saqueio: como o patrimônio construído com o trabalho e os impostos do povo paulista foi vendido
 
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