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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A Batalha de São Paulo será dura

O que será que Alckimin está vendo e as pesquisas, não?
Cada vez mais me convenço que toda esta onda de imprensa atucanada com “a quebra do sigilo de que não se sabe ser tão sigiloso assim” é uma espécie de tentativa de salvar a elite paulista deste “povo miserável” que, não tem jeito, vai eleger Dilma presidente. Hoje, depois do “exílio” a que tinha renegado Serra nos primeiros programas de sua campanha, onde ele só foi mostrado por dois segundos, em 40 minutos de programa, Geraldo Alckmin abriu generosos 30 segundos para o “coiso” dizer que ambos são “muy amigos” – o Kassab foi só uma aventura passageira -  e que muito fizeram juntos e muito ainda vão fazer por São Paulo. “Comigo na presidência, nós vamos continuar esta parceria do bem” , diz Serra no programa.
O mote agora é “Serra fez, Geraldo vai ampliar”, que os paulistanos estão doidos para que não se refira aos pedágios.
Sério, os tucanos estão refluindo para defender sua praça-forte, São Paulo. devem ter razões para isso, razões que os números do Datafolha e do Ibope não nos deixam ver. Hoje, segundo a Folha de S. Paulo, na coluna Painel, começa uma campanha “de porta em porta”, distribuindo impressos com “vitrines” de gestões tucanas.Para vocês terem uma idéia do esforço, segundo o jornal, ” os exemplares saíram da gráfica em 96 versões, uma para cada distrito. No interior, o material terá 50 edições. A iniciativa visa estreitar o laço com lideranças comunitárias e dar mais visibilidade à campanha de rua da dupla Serra-Alckmin.
A situação deve estar mais complicada, embora eu, pessoalmente, ache que esta linha do “me dê uma chance” usada por Mercadante soe  fraca e sem confiança. Mercadante é candidato de uma coligação de forças que mudou o Brasil para melhor, que olhou para o povão. Por que não dizer isso ao povão de São Paulo, que é tão brasileiro quanto qualquer um de nós, e muito mais brasileiro do que suas elites discriminadoras.
Na batalha de São Paulo, Lula terá de ser o general


por Brizola Neto
www.tijolaco.com

Governo paulista não faz prevenção de enchentes e transfere desabrigados para apartamentos insalubres

Os moradores do Jardim Pantanal (Zona Leste da Capital), que há nove meses viveram debaixo d’água por até 90 dias, continuam vivendo o descaso do governo do Estado. Algumas das centenas de famílias de desabrigados foram transferidas para apartamentos da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) com condições insalubres de moradia. 

No conjunto Jardim Altos de Itaquá, em Itaquecetuba, na Grande São Paulo, para onde mudaram-se 180 famílias, os moradores convivem com vazamentos de esgoto dentro dos próprios apartamentos. As infiltrações passaram a danificar os imóveis, com a formação de buracos nos revestimentos do teto e das paredes. Em alguns casos, o esgoto chega a transbordar dos ralos. O mau cheiro da sujeira é insuportável, reclamam os moradores. 

A omissão do governo paulista também está presente em São Luís do Paraitininga, cidade destruída pelas cheias, em janeiro último. 

Os imóveis da CDHU prometidos para a população ainda não foram entregues. Em um casarão, que abriga 17 famílias, já nasceram quatro crianças e morreu um idoso, vítima de depressão, desde que o grupo foi recolhido ali provisoriamente, denunciou relatório da Defensoria Pública, em agosto.
Preocupação com novas chuvas 

Na tarde desta terça-feira (7/9), moradores das ruas Capachós e Manuel Félix, no Jardim Romano, voltaram a sofrer com enchentes, apesar dos índices da chuva terem sido considerados moderados pelos meteorologistas
O rio Tietê subiu rapidamente com a chuva e se aproximou das bordas. “Nosso maior medo é o rio subir e voltarmos a ter problema. Como agora conseguimos ver quando o rio está enchendo, parece que o medo cresce”, disse a funcionária pública Eli Leite de Freitas à reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. Ela mora em uma casa a cem metros do rio.
Também São Luís do Paraitininga, os moradores convivem ainda com a possibilidade de novas enchentes devido à sujeira do rio Paraitininga. “A tragédia ambiental foi causada por uma tragédia social”, diz o relatório da Defensoria Pública, que lista os oito alertas meteorológicos enviados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, antes da chuva para que as famílias fossem removidas. O relatório também intima o Departamento de Águas e Energia Elétrica, o DAEE, a desassorear e recuperar a Bacia do Rio Paraitinga. 

Estado não cumpre ações antienchentes 

As principais inundações na Capital e entorno são por conta do assoreamento do rios Tietê,  Tamanduateí e Aricanduva. O governo do Estado iniciou com muito atraso, este ano, a retirada de resíduos do fundo do rio Tietê. O compromisso de elevar os investimentos para o desassoreamento do rio foi firmado no início de fevereiro, mas o trabalho só começou em junho. Porém, para funcionar, o trabalho deveria englobar os afluentes do Tietê e terminar até novembro. O que dificilmente acontecerá por causo do atraso. 

Também os recursos previstos no Orçamento do Estado não foram aplicados. As obras nas calhas do Rio Tietê perderam R$ 105 milhões dos recursos, entre os anos de 2007 e 2009. Já para a ação de limpeza e conservação de córregos, o governo Serra, em 2009, não cumpriu 65,73% do previsto e para manutenção, operação e implantação de estruturas hidráulicas faltaram 33,33%.
Serra também prometeu a construção de 134 reservatórios em todo o Estado, mas só entregou 43 e ainda remeteu para as prefeituras a obrigação de efetuar e limpeza e a manutenção. O Orçamento de 2009 previa recursos para obras de seis piscinões, no entanto, apenas três foram concluídos. Entre 2007 e 2009, os recursos para piscinões tiveram um corte de R$ 5,8 milhões. 

No Orçamento do Estado para 2010, também a limpeza de córregos perdeu aproximadamente 65% das verbas, em comparação a 2009. O corte de verbas atinge ainda a Defesa Civil, que tem entre suas atividades socorrer as vítimas de enchentes.
A ação para serviços e obras complementares da Bacia do Alto Tietê, principal recurso para desassoreamento do rio e seus afluentes, está com uma verba 25% menor do que no ano passado. São R$ 47 milhões a menos.
*com informações: PTAlesp, O Estado de São Paulo, Diário de São Paulo e G1

Sem corredores e superlotados, ônibus em São Paulo têm ainda tarifa mais cara da América Latina

Com informações do Jornal O Estado de São Paulo

Um ônibus poderia retirar das congestionadas ruas de São Paulo de 20 a 40 carros, segundo especialistas em transportes. Porém, os problemas enfrentados pelos milhões de usuários são tantos e tão antigos que o número de carros e motos aumenta cada vez mais. Afinal, mesmo nos corredores exclusivos de ônibus, a média de velocidade de um veículo ainda é a mesma de uma pessoa correndo.
A tarifa de ônibus em São Paulo também é a mais cara da América Latina - o equivalente a US$ 1,55 -, o que coloca a passagem dos ônibus paulistas no 40º lugar no ranking das mais caras entre as tarifas de 73 cidades de todo o mundo.  
“Se o ônibus anda mais devagar que o carro está tudo errado, pois aí o motorista nunca vai deixar o carro em casa. Só que é preciso coragem política para dar prioridade ao ônibus”, disse o diretor de Investimentos da Secretaria de Planejamento Urbano de Berlim, Wolfgang Hummel na reportagem “Por que os ônibus de SP ainda causam tantas reclamações?”, publicada nesta quarta-feira (08/09), no Jornal O Estado de São Paulo.
Ratos
As Secretarias de Transportes Metropolitanos recebem uma média de 200 reclamações diárias de usuários. O Ministério Público também lançou um blog, em maio de 2009, exclusivamente para as denúncias sobre o sistema de ônibus. Entre as mais de 2 mil reclamações já registradas, há até queixas sobre a presença de ratos nos ônibus superlotados.
As reclamações mais frequentes referem-se ao descumprimento de horários e ao excessivo intervalo entre os ônibus. Uma das razões é que as empresas ganham por passageiro transportado e, por isso, os percursos são muito longos.
A capital paulista já teve um projeto para solucionar estes e outros problemas, coordenando a circulação de ônibus, trens e Metrô. O projeto para que os ônibus circulassem nas principais avenidas em corredores exclusivos, livres do congestionamento e monitorados por GPS para garantir a pontualidade tão reclamada pelos usuários, foi desenvolvido durante a Gestão de Marta Suplicy na Prefeitura de São Paulo, mas não foi finalizado.
O Governo do PSDB concluiu apenas um corredor de ônibus metropolitano: Diadema/Berrini, inaugurado em julho de 2010. Há promessas de implantação de novos corredores ligando Guarulhos ao Tucuruvi e Itapevi ao Butantã, além de um Corredor Metropolitano na região Noroeste de Campinas. Mas, como as obras do trecho Diadema/Berrini levaram 24 anos, a lentidão e o desconforto ainda podem acompanhar os usuários nas superlotadas viagens de ônibus por muito tempo.
“Existem dez corredores de ônibus exclusivos em São Paulo, mas nenhum deles tem todas as condições para oferecer um serviço de qualidade ao cidadão. Eles deixam a desejar porque não têm ponto de ultrapassagem, as estações não são fechadas, não têm cobrança antecipada, não têm informações aos usuários e também não possuem embarque feito em nível”, explicou o diretor-superintendente da Associação Nacional de Empresas de Transportes Urbanos, Marcos dos Santos ao repórter Rodrigo Brancatelli, do Jornal O Estado de São Paulo.
Mesmo com todos os problemas, os usuários ainda demonstram uma expectativa favorável em relação aos transportes públicos. Em enquete realizada pelo Jornal O Estado de São Paulo, 96,25% dos leitores disseram que utilizariam o sistema de ônibus, se essa opção fosse mais rápida e confortável.
SERVIÇO: Para encaminhar sua reclamação sobre o sistema de ônibus ao Ministério Público, acesse o Blog do Ônibus, criado pela Promotoria de Justiça do Patrimônio Público:http://www.onibus.blog.br/

Alckmin e o fanatismo do Opus Dei

Altamiro Borges

O candidato Geraldo Alckmin realmente parece um “picolé de chuchu”, segundo a famosa ironia de José Simão. Mas de inocente ele não tem nada. Conhece bem a história nefasta do Opus Dei e os seus métodos autoritários, tecnocráticos e “discretos” de agir batem com esta doutrina. Numerário ele não é, já que não reside nos casarões da Obra de Deus, não fez voto de castidade e, tudo indica, não usa duas vezes ao dia o cilício nas coxas (cinturão com pontas de metal) e nem a “disciplina”, outro utensílio de autoflagelação utilizado para chicotear as costas. Mas Alckmin se encaixa perfeitamente no figurino do supernumerário, o seguidor da seita com “disfarce civil” e a missão divina de conquistar poder político para o Opus Dei.

A origem fundamentalista
O Opus Dei (do latim, Obra de Deus) foi fundado em outubro de 1928, na Espanha, pelo padre Josemaría Escrivá. O jovem sacerdote de 26 anos diz ter recebido a “iluminação divina” durante a sua clausura num mosteiro de Madri. Preocupado com o avanço das esquerdas no país, este excêntrico religioso, visto pelos amigos de batina como um “fanático e doente mental”, decidiu montar uma organização ultra-secreta para interferir nos rumos da Espanha. Segundo as suas palavras, ela seria “uma injeção intravenosa na corrente sanguínea da sociedade”, infiltrando-se em todos os poros de poder. Deveria reunir bispos e padres, mas, principalmente, membros laicos, que não usassem hábitos monásticos ou qualquer tipo de identificação.
Reconhecida oficialmente pelo Vaticano em 1947, esta seita logo se tornou um contraponto ao avanço das idéias progressistas na Igreja. Em 1962, o papa João 23 convocou o Concílio Vaticano II, que marca uma viragem na postura da Igreja, aproximando-a dos anseios populares. No seu fanatismo, Escrivá não acatou a mudança. Criticou o fim da missa rezada em latim, com os padres de costas para os fiéis, e a abolição do Index Librorum Prohibitorum, dogma obscurantista do século 16 que listava livros “perigosos” e proibia sua leitura pelos fiéis. “Este concílio, minhas filhas, é o concílio do diabo”, garantiu Escrivá para alguns seguidores, segundo relato do jornalista Emílio Corbiere no livro “Opus Dei: El totalitarismo católico”.

O poder no Vaticano
Josemaría Escrivá faleceu em 1975. Mas o Opus Dei se manteve e adquiriu maior projeção com a guinada direitista do Vaticano a partir da nomeação do papa polonês João Paulo II. Para o teólogo espanhol Juan Acosta, “a relação entre Karol Wojtyla e o Opus Dei atingiu o seu êxito nos anos 80-90, com a irresistível acessão da Obra à cúpula do Vaticano, a partir de onde interveio ativamente no processo de reestruturação da Igreja Católica sob o protagonismo do papa e a orientação do cardeal alemão Ratzinger”. Em 1982, a seita foi declarada “prelazia pessoal” – a única existente até hoje –, o que no Direito Canônico significa que ela só presta contas ao papa, que só obedece ao prelado (cargo vitalício hoje ocupado por dom Javier Echevarría) e que seus adeptos não se submetem aos bispos e dioceses, gozando de total autonomia.
O ápice do Opus Dei ocorreu em outubro de 2002, quando o seu fundador foi canonizado pelo papa numa cerimônia que reuniu 350 mil simpatizantes na Praça São Pedro, no Vaticano. A meteórica canonização de Josemaría Escrivá, que durou apenas dez anos, quando geralmente este processo demora décadas e até séculos, gerou fortes críticas de diferentes setores católicos. Muitos advertiram que o Opus Dei estava se tornando uma “igreja dentro da Igreja”. Lembraram um alerta do líder jesuíta Vladimir Ledochowshy que, num memorando ao papa, denunciou a seita pelo “desejo secreto de dominar o mundo”. Apesar da reação, o papa João Paulo II e seu principal teólogo, Joseph Ratzinger, ex-chefe da repressora Congregação para Doutrina da Fé e atual papa Beto 16, não vacilaram em dar maiores poderes ao Opus Dei.
Vários estudos garantem que esta relação privilegiada decorreu de razões políticas e econômicas. No livro “O mundo secreto do Opus Dei”, o jornalista canadense Robert Hutchinson afirma que esta organização acumula uma fortuna de 400 bilhões de dólares e que financiou o sindicato Solidariedade, na Polônia, que teve papel central na débâcle do bloco soviético nos anos 90. O complô explicaria a sólida amizade com o papa, que era polonês e um visceral anticomunista. Já Henrique Magalhães, numa excelente pesquisa na revista A Nova Democracia, confirma o anticomunismo de Wojtyla e relata que “fontes da Igreja Católica atribuem o poder da Obra a quitação da dívida do Banco Ambrosiano, fraudulentamente falido em 1982”.

O vínculo com os fascistas
Além do rigoroso fundamentalismo religioso, o Opus Dei sempre se alinhou aos setores mais direitistas e fascistas. Durante a Guerra Civil Espanhola, deflagrada em 1936, Escrivá deu ostensivo apoio ao general golpista Francisco Franco contra o governo republicano legitimamente eleito. Temendo represálias, ele se asilou na embaixada de Honduras, depois se internou num manicômio, “fingindo-se de louco”, antes de fugir para a França. Só retornou à Espanha após a vitória dos golpistas. Desde então, firmou sólidos laços com o ditador sanguinário Francisco Franco. “O Opus Dei praticamente se fundiu ao Estado espanhol, ao qual forneceu inúmeros ministros e dirigentes de órgãos governamentais”, afirma Henrique Magalhães.
Há também fortes indícios de que Josemaría Escrivá nutria simpatias por Adolf Hitler e pelo nazismo. De forma simulada, advogava as idéias racistas e defendia a violência. Na máxima 367 do livro Caminho, ele afirma que seus fiéis “são belos e inteligentes” e devem olhar aos demais como “inferiores e animais”. Na máxima 643, ensina que a meta “é ocupar cargos e ser um movimento de domínio mundial”. Na máxima 311, ele escancara: “A guerra tem uma finalidade sobrenatural... Mas temos, ao final, de amá-la, como o religioso deve amar suas disciplinas”. Em 1992, um ex-membro do Opus Dei revelou o que este havia lhe dito: “Hitler foi maltratado pela opinião pública. Jamais teria matado 6 milhões de judeus. No máximo, foram 4 milhões”. Outra numerária, Diane DiNicola, garantiu: “Escrivá, com toda certeza, era fascista”.  
Escrivá até tentou negar estas relações. Mas, no seu processo de ascensão no Vaticano, ele contou com a ajuda de notórios nazistas. Como descreve a jornalista Maria Amaral, num artigo à revista Caros Amigos, “ao se mudar para Roma, ele estimulou ainda mais as acusações de ser simpático aos regimes autoritários, já que as suas primeiras vitórias no sentido de estabelecer o Opus Dei com estrutura eclesiástica capaz de abrigar leigos e ordenar sacerdotes se deram durante o pontificado do papa Pio XII, por meio do cardeal Eugenio Pacelli, responsável por controverso acordo da Igreja com Hitler”. Um outro texto, assinado por um grupo de católicas peruanas, garante que a seita “recrutou adeptos para a organização fascista ‘Jovem Europa’, dirigida por militantes nazistas e com vínculos com o fascismo italiano e espanhol”.   
Pouco antes de morrer, Josemaría Escrivá realizou uma “peregrinação” pela América Latina. Ele sempre considerou o continente fundamental para sua seita e para os negócios espanhóis. Na região, o Opus Dei apoiou abertamente várias ditaduras. No Chile, participou do regime terrorista de Augusto Pinochet. O principal ideólogo do ditador, Jaime Guzmá, era membro ativo da seita, assim como centenas de quadros civis e militares. Na Argentina, numerários foram nomeados ministros da ditadura. No Peru, a seita deu sustentação ao corrupto e autoritário Alberto Fujimori. No México, ajudou a eleger como presidente seu antigo aliado, Miguel de La Madri, que extinguiu a secular separação entre o Estado e a Igreja Católica.   

Infiltração na mídia
Para semear as suas idéias religiosas e políticas de forma camuflada, Escrivá logo percebeu a importância estratégica dos meios de comunicação. Ele mesmo gostava de dizer que “temos de embrulhar o mundo em papel-jornal”. Para isso, contou com a ajuda da ditadura franquista para a construção da Universidade de Navarra, que possuí um orçamento anual de 240 milhões de euros. Jornalistas do mundo inteiro são formados nos cursos de pós-graduação desta instituição. O Opus Dei exerce hoje forte influência sobre a mídia. Um relatório confidencial entregue ao Vaticano em 1979 pelo sucessor de Escrivá revelou que a influência da seita se estendia por “479 universidades e escolas secundárias, 604 revistas ou jornais, 52 estações de rádio ou televisões, 38 agências de publicidade e 12 produtores e distribuidoras de filmes”.
Na América Latina, a seita controla o jornal El Observador (Uruguai) e tem peso nos jornais El Mercúrio (Chile), La Nación (Argentina) e O Estado de S.Paulo. Segundo várias denúncias, ela dirige a Sociedade Interamericana de Imprensa, braço da direita na mídia hemisférica. No Brasil, a Universidade de Navarra é comandada por Carlos Alberto di Franco, numerário e articulista do Estadão, responsável pela lavagem cerebral semanal de Geraldo Alckmin nas famosas “palestras do Morumbi”. Segundo a revista Época, seu “programa de capacitação de editores já formou mais de 200 cargos de chefia dos principais jornais do país”. O mesmo artigo confirma que “o jornalista Carlos Alberto Di Franco circula com desenvoltura nas esferas de poder, especialmente na imprensa e no círculo íntimo do governador Geraldo Alckmin”.  
O veterano jornalista Alberto Dines, do Observatório da Imprensa, há muito denuncia a sinistra relação do Opus Dei com a mídia nacional. Num artigo intitulado “Estranha conversão da Folha”, critica seu “visível crescimento na imprensa brasileira. A Folha de S.Paulo parecia resistir à dominação, mas capitulou”. No mesmo artigo, garante que a seita “já tomou conta da Associação Nacional de Jornais (ANJ)”, que reúne os principais monopólios da mídia do país. Para ele, a seita não visa a “salvação das almas desgarradas. É um projeto de poder, de dominação dos meios de comunicação. E um projeto desta natureza não é nem poderia ser democrático. A conversão da Folha é uma opção estratégica, política e ideológica”.

A “santa máfia”
Durante seus longos anos de atuação nos bastidores do poder, o Opus Dei constituiu uma enorme fortuna, usada para bancar seus projetos reacionários – inclusive seus planos eleitorais. Os recursos foram obtidos com a ajuda de ditadores e o uso de máquinas públicas. “O Opus Dei se infiltrou e parasitou no aparato burocrático do Estado espanhol, ocupando postos-chaves. Constituiu um império econômico graças aos favores nas largas décadas da ditadura franquista, onde vários gabinetes ministeriáveis foram ocupados integralmente por seus membros, que ditaram leis para favorecer os interesses da seita e se envolveram em vários casos de corrupção, malversação e práticas imorais”, acusa um documento de católico do Peru.  
A seita também acumulou riquezas através da doação obrigatória de heranças dos numerários e do dizimo dos supernumerários e simpatizantes infiltrados em governos e corporações empresariais. Com a ofensiva neoliberal dos anos 90, a privatização das estatais virou outra fonte de receitas. Poderosas multinacionais espanholas beneficiadas por este processo, como os bancos Santander e Bilbao Biscaia, a Telefônica e empresa de petróleo Repsol, tem no seu corpo gerencial adeptos do Opus.  
Para católicos mais críticos, que rotulam a seita de “santa máfia”, esta fortuna também deriva de negócios ilícitos. Conforme denuncia Henrique Magalhães, “além da dimensão religiosa e política, o Opus Dei tem uma terceira face: da sociedade secreta de cunho mafioso. Em seus estatutos secretos, redigidos em 1950 e expostos em 1986, a Obra determina que ‘os membros numerários e supernumerários saibam que devem observar sempre um prudente silêncio sobre os nomes dos outros associados e que não deverão revelar nunca a ninguém que eles próprios pertencem ao Opus Dei’. Inimiga jurada da Maçonaria, ela copia sua estrutura fechada, o que frequentemente serve para encobrir atos criminosos”.
O jornalista Emílio Corbiere cita os casos de fraude e remessa ilegal de divisas das empresas espanholas Matesa e Rumasa, em 1969, que financiaram a Universidade de Navarra. Há também a suspeita do uso de bancos espanhóis na lavagem de dinheiro do narcotráfico e da máfia russa. O Opus Dei esteve envolvido na falência fraudulenta do banco Comercial (pertencente ao jornal El Observador) e do Crédito Provincial (Argentina). Neste país, os responsáveis pela privatização da petrolífera YPF e das Aerolineas Argentinas, compradas por grupos espanhóis, foram denunciados por escândalos de corrupção, mas foram absolvidos pela Suprema Corte, dirigida por Antonio Boggiano, outro membro da Opus Dei. No ano retrasado, outro numerário do Opus Dei, o banqueiro Gianmario Roveraro, esteve envolvido na quebra da Parlamat.

“A Internacional Conservadora”
O escritor estadunidense Dan Brown, autor do best seller “O Código da Vinci”, não vacila em acusar esta seita de ser um partido de fanáticos religiosos com ramificações pelo mundo. O Opus Dei teria cerca de 80 milhões de fiéis, muitos deles em cargos-chaves em governos, na mídia e em multinacionais. Henrique Magalhães garante que a “Obra é vanguarda das tendências mais conservadoras da Igreja Católica”. Num livro feito sob encomenda pelo Opus Dei, o vaticanista John Allen confessa este poderio. Ele admite que a seita possui um patrimônio de US$ 2,8 bilhões – incluindo uma luxuosa sede de US$ 60 milhões em Manhattan – e que esta fortuna serve para manter as suas instituições de fachada, como a Heights School, em Washington, onde estudam os filhos dos congressistas do Partido Republicano de George W.Bush. 
Numa reportagem que tenta limpar a barra do Opus Dei, a própria revista Superinteressante, da suspeita Editora Abril, reconhece o enorme influência política desta seita. E conclui: “No Brasil, um dos políticos mais ligados à Obra é o candidato a presidente Geraldo Alckmin, que em seus tempos de governador de São Paulo costumava assistir a palestras sobre doutrina cristã ministradas por numerários e a se confessar com um padre do Opus Dei. Alckmin, porém, nega fazer parte da ordem”. Como se observa, o candidato segue à risca um dos principais ensinamentos do fascista Josemaría Escrivá: “Acostuma-se a dizer não”.

Caso da "quebra" de sigilo fiscal de tucanos na Receita Federal é requentado. Comércio de informações sigilosas é muito anterior.

(do Transparência SP) Em 2009, diversas reportagens no SBT alertavam para o vazamento de informações de milhões de pessoas, entre elas o Presidente da República (Lula) e sua família, o Ministro da Fazenda (Guido Mântega), o Ministro da Justiça (Tarso Genro), o Governador de São Paulo (José Serra) e sua família, o Secretário Estadual de Segurança Pública, o Secretário Nacional de Segurança Pública, entre outras autoridades.
Estas informações eram negociadas livremente no centro de São Paulo.

Na época, o governador Serra disse que já sabia deste problema. Agora, segundo ele e grande parte da mídia, a culpa é da campanha da Dilma.
Tais matérias motivaram pedido de audiência pública do deputado federal Arnaldo Faria de Sá em outubro de 2009, no Congresso Nacional, com o Secretário Nacional de Segurança Pública.
O factóide está provado.

Segue abaixo os links para as reportagens do SBT
Primeira:

http://www.youtube.com/watch?v=eWBMiwcTUWA

Segunta:
http://www.youtube.com/watch?v=vAI18IF9Tng
Terceira:
http://www.youtube.com/watch?v=M9uAT7wp26Y
E aqui uma reportagem sobre o mesmo assunto do SPTV (Globo):
http://www.youtube.com/watch?v=XucO2FRbXIA


Segue abaixo o pedido de audiência pública feito pelo deputado Arnaldo Faria de Sá em outubro de 2009 para discutir o tema sobre o vazamento de dados sigilosos.

http://www.camara.gov.br/sileg/integras/699422.pdf

Privatizações

Privatizações
Memórias do Saqueio: como o patrimônio construído com o trabalho e os impostos do povo paulista foi vendido
 
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