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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Representação Coletiva dos Policiais Civis de São Paulo



Av. Cásper Líbero, 390, 5º andar, Luz, São Paulo – SP, CEP 01033-000, Tel. 3313.5077
A Sua Excelência
O Senhor Doutor GERALDO JOSÉ RODRIGUES ALCKMIN FILHO
DD. Governador do Estado de São Paulo

São Paulo – SP


Senhor Governador:

A Representação Coletiva dos Policiais Civis de São Paulo, órgão de congregação das entidades de classe (associações e sindicatos) que pelos seus presidentes a este subscrevem, vem até Vossa Excelência para externar-lhe sua extrema preocupação com o episódio que envolveu delegados de polícia da Corregedoria Geral da Polícia Civil e a então Escrivã de Polícia V.S.F.L., fato exaustivamente noticiado pela mídia.
A insólita ocorrência demonstrou à saciedade, o alto grau de prepotência com que agiram os Delegados Eduardo Henrique de Carvalho Filho e Gustavo Henrique Gonçalves, que desobedeceram  preceitos constitucionais e da legislação processual penal pátria, o  que se revela inaceitável sob todos os pontos de vista, até porque compromete o bom conceito da instituição policial civil.
Outros dois delegados, também da Corregedoria, Drs. Emílio Antonio Pascoal e Renzo Santi Barbin, teriam, de algum modo, contribuído na perpetração da grotesca diligência contra V.S.F.L. Até mesmo o titular do 25º Distrito Policial, palco dos acontecimentos, teria se omitido, permitindo que um procedimento espúrio se realizasse nas dependências da unidade policial que chefia.
De igual modo, merece censura o comportamento da Sra. Diretora da Corregedoria Geral de Polícia Civil, Dra. Maria Inês Trefiglio Valente, que procurou legitimar as práticas arbitrárias dos seus subordinados.
Até mesmo o representante do Ministério Público, o Promotor Público Everton Zanella, como que conivente com a barbárie, procurou justificar a atitude dos policiais, dizendo que “despir a Escrivão foi conseqüência do transcorrer da operação policial contra ela”
É de se reconhecer, Senhor Governador –e os signatários assim defendem- a premente necessidade da depuração dos quadros policiais, alijando-se os maus, porém que isso seja feito dentro dos parâmetros da legalidade, impessoalidade e moralidade, respeitando sempre o preceito da dignidade da pessoa humana.
Assim, Senhor Governador, esta Representação Coletiva solicita, com empenho, a Vossa Excelência, que seja determinado ao Sr. Secretário da Segurança Pública que adote providências no sentido do desarquivamento do inquérito policial instaurado para apurar a conduta dos policiais da Corregedoria que trabalharam na investigação que culminou com a prisão em flagrante, com o afastamento desses policiais, até que seja o feito concluído por outra autoridade.
Que igualmente seja desarquivado e refeito o processo administrativo disciplinar que resultou na demissão da nominada ex-servidora policial, eis que o mesmo foi contaminado pelas provas obtidas por meios ilegais.
Em assim fazendo, estará Vossa Excelência rendendo homenagens à Justiça que a sociedade paulista e brasileira espera que seja feita.
Valem-se do ensejo os presidentes das entidades que compõem a Representação Coletiva dos Policiais Civis de São Paulo, para apresentar a Vossa Excelência protestos da mais alta consideração e profundo respeito.
São Paulo, 22 de fevereiro de 2011


MARIA ALZIRA DA SILVA CORRÊA
Presidente do Sindicato dos Policiais Civis da Região de Ribeirão Preto


MARIA APARECIDA DE QUEIROZ ALMEIDA
Presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Sorocaba e Região


SONIA APARECIDA DE OLIVEIRA
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Telemática Policial do ESP


VANDERLEI BAILONI
Presidente da Associação dos Investigadores de Polícia do Est. de S.Paulo


OSCAR DE MIRANDA
Presidente da Associação dos Escrivães de Polícia do Estado de São Paulo


NELSON DE JESUS LEONE
Presidente da Associação dos Agentes Policiais do Estado de São Paulo


ERALDO DE FARIAS
Presidente da Associação dos Carcereiros da Polícia Civil do Est. São Paulo


JOÃO XAVIER FERNANDES
Presidente do Sindicato dos Escrivães de Polícia do Estado de São Paulo


VALDIR FERNANDES DA SILVA
Presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Mogi das Cruzes e Região


WALTER DE OLIVEIRA SANTOS
Pres. do Sindicato dos Policiais Civis da Baixada Santista e Vale do Ribeira


CELSO JOSÉ PEREIRA
Presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Marília e Região


LÚCIO FLÁVIO MORENO
Pres. do Sindicato dos Policiais Civis de Presidente Prudente e Região


APARECIDO LIMA DE CARVALHO
Presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Campinas e Região


JARIM LOPES ROSEIRA
Presidente da International Police Association – IPA

http://www.aipesp.com.br/

Após temporal, cinco regiões ainda estão sem luz nesta terça-feira



Vila Mariana, Vila Maria, Mooca, Tremembé, Santana e Tatuapé estão sem abastecimento


A cidade de São Paulo ainda tinha cinco regiões sem luz, por volta das 7h desta terça-feira (22), após o temporal do início da tarde de segunda-feira(21). De acordo com a Eletropaulo, as regiões da Vila Mariana e Mooca, na zona sul da capital, além da Vila Maria, Tremembé, Santana e Tatuapé, ainda estavam com o abastecimento prejudicado no horário. Em todas essas regiões, segundo a empresa, a falta de luz foi provocada pela queda de árvores de grande porte em cima da fiação. 




Para que o abastecimento seja retomado, é necessário aguardar o trabalho de remoção das árvores pela Defesa Civil. A Eletropaulo afirmou que não há previsão para que a luz volte nas regiões. Ainda por causa da chuva, SP amanheceu com 110 semáforos com problemas. A maior parte deles, 56, estava apagada no horário, segundo dados da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Outros 23 equipamentos não estavam funcionando por falta de emergia elétrica e 31 estavam no amarelo piscante. 

O temporal que atingiu a capital paulista levou caos à cidade. O CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) chegou a registrar 37 pontos alagados. Pelo menos 170 árvores caíram na cidade. 

Por causa da chuva, os córregos Ipiranga, na zona sul, eJaçanã, na zona norte, transbordaram e o CGE decretou alerta para essas regiões. O término da situação foi decretado para o Jaçanã às 15h30. Toda a cidade foi colocada em estado de atenção para o risco de alagamentos às 14h40. 

A CET registrava, às 17h30, 67 semáforos apagados em decorrência da tempestade que atingia a capital na tarde desta segunda-feira. De semáforos piscantes, a companhia contabilizava 45. 

O aeroporto de Congonhas, na zona sul da cidade, foi fechado para pousos e decolagens às 14h19, e reaberto às 15h. Segundo o CGE, rajadas de vento de 50 km/h atingiram a região. A pista do Campo de Marte, na zona norte, ficou completamente fechada durante cerca de 45 minutos e foi reaberta às 15h47. Apenas o aeroporto de Guarulhos funcionava normalmente na tarde desta segunda-feira. 

As rodovias Dutra e Fernão Dias tiveram parte de suas pistas interditadas por causa de pontos de alagamento provocados pela chuva.


Moradores protestam contra falta de água na zona norte


Manifestantes atearam fogo em entulhos e bloquearam a avenida Cantídio Sampaio


Pelo menos 150 moradores da região da Brasilândia, zona norte de São Paulo, fizeram uma manifestação, na noite de segunda-feira (21), contra a falta de água na região há mais de dois dias.

Segundo a Polícia Militar, os manifestantes colocaram fogo em entulhos e bloquearam a avenida Cantídio Sampaio, na altura do número 2.200, por volta das 20h. O Corpo de Bombeiros foi chamado e apagou as chamas. 

Houve negociação com a polícia e, por volta da 0h, a manifestação terminou e os moradores voltaram para suas casas. Ninguém ficou ferido, segundo a PM.

De acordo com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo), no domingo (20), caiu um raio na estação elevatória da Brasilândia e o abastecimento de água foi prejudicado. Desde então, o calor e consequentemente o alto consumo de água dificultam a normalização do abastecimento. De acordo com a empresa, a situação está sendo regularizada.

Assista ao vídeo:




Deslu: mega-loja de luxo irá fechar




A mega-loja de luxo da massa cheirosa vai fechar as portas

Ao mesmo tempo, a empresária Eliana Tranchesi aguarda um desfecho para a sua grife. Na próxima semana, a Daslu fará assembleia com 200 credores para aprovar a entrada de investidores na empresa por meio de um leilão. 

Em recuperação judicial desde o ano passado e com um dívida estimada em R$ 80 milhões, a empresa pode passar para as mãos de um novo grupo. Embora saiba que não tem nenhum poder sobre a decisão da Justiça, Eliana acredita que vai surpreender. "Eu vou voltar com a Daslu que todo mundo ama", disse a empresária ao Estado.

A Daslu começou a micar cerca de 40 dias depois da inauguração da butique, em 2005, quando Eliana recebeu uma visita surpresa da Polícia Federal - que resultou na sua prisão. Acusada de fraude em importação, formação de quadrilha e falsidade ideológica, Eliana foi condenada a 94,5 anos de prisão - a decisão cabe recurso. A dívida fiscal, que não é afetada pela recuperação, supera R$ 500 milhões.

A relação com a cliente fiel era tão direta que, em suas viagens de compras, nos showrooms das grifes internacionais, Eliana e sua sócia, Donata Meirelles, faziam os pedidos já pensando nos "heavy users". 

O estacionamento custava R$ 30, mas os clientes exclusivos ganhavam um cartão para entrar sem pagar (hoje, o ingresso de carro não se dá mais pelos imponentes portais com cancela da Rua Chedid Jafet, mas por uma rampinha escondida no final da Avenida Juscelino Kubitschek).

Quando Eliana despontava com seu Porsche Cayenne de R$ 450 mil na portaria do casarão, dois empregados no interior subiam as escadarias acarpetadas borrifando purificadores de ar para "limpar"a passagem. 

"Até para conseguir trabalhar lá tinha fila. Fiz o teste em 2004, mas só fui chamada um ano depois e ainda assim para ser caixa. Eu amo a Daslu. Sempre quis trabalhar aqui", diz subgerente da loja do Shopping Cidade Jardim, que prefere não se identificar, aberta bem depois do escândalo. No auge da exposição, uma das dasluzetes era a filha do então governador, Sofia Alckmin.

Com a migração de dasluzetes e de marcas importadas para o Shopping Cidade Jardim, na margem oposta da Marginal Pinheiros, boa parcela das órfãs da Villa Daslu agora circula por aqueles corredores com seus sapatos Louboutins e suas bolsas Bottega Veneta. Estão ali grifes como Giorgio Armani, Carolina Herrera, Hermès, Tiffany e Chanel.

Em uma outra frente de luxo, junto com o Cidade Jardim e o Iguatemi, o aguardadíssimo Shopping JK, dos mesmos empreendedores, já briga para abiscoitar a clientela de heavy users. Com um investimento orçado em R$ 240milhões, o JK vai ficar em um terreno vizinho à Villa Daslu e tem como sócio o dono do prédio, Walter Torre, pelo que se espera que agregue uma espécie de luxo remanescente. 

A Villa Daslu será ocupada por escritórios. A WTorre também não descarta a alternativa de transformar o espaço em teatro, marcando, assim, o fim de um ciclo.

Com informações do Estadão

Violência da PM paulista, seu próprio brasão explica

do blog Em defesa da Educação

As cenas de repressão descabida registradas na sexta-feira última (18.fev) pela Polícia Militar de São Paulo contra jovens que manifestavam contra o aumento da tarifa do ônibus, longe de ser um fato isolado fazem parte da paisagem da capital e deste estado como um todo. Toda vez que a PM se defronta com movimentos sociais ou manifestações espontâneas da população, é raro não acabar em violência ou, para usar um eufemismo da mídia, uso excessivo da força. Mas, afinal de contas, por que isso acontece com tanta frequência em São Paulo? Uma boa forma de entendermos esse mais de força, mais de violência é olhar para o brasão da PM paulista, compreender sua gênese e o que ele representa.
Apesar de ter surgido de outras instituições, primeiro como uma milícia de São Paulo que lutou contra levantes e insubordinação de pobres pelo país, a polícia militar representa o orgulho das classes alta e média paulistanas em ter uma organização cujo currículo consiste basicamente na repressão de gente mais fraca e, principalmente, perseguir e, às vezes, eliminar civis e insubordinados para garantir-se como a fundação sangrenta da ordem paulista onde os fortes batem nos fracos, que são maioria.
No começo ela se institucionaliza como força militar do Estado, princípio federativo radical onde, em ultima instância, era possível imaginar um conflito contra outros estados da federação e mesmo o poder central. O que chega a ocorrer de fato no levante paulista de 1930. Posteriormente, progressivamente se subordinam ao poder central, perdem sua aeronáutica e, finalmente, o próprio regime militar, notando tamanho potencial, cria no Brasil algo que Pinochet criou no Chile, uma instituição militar junto com uma policial para substituir a polícia política que sustentava sua ditadura.
E isto se mostra pelo símbolo da PM, o Brasão , onde cada estrela representa um levante ou um morticínio diferente.
1ª estrela – 15 de Dezembro de 1831, criação da Milícia Bandeirante.
2ª estrela – 1838, Guerra dos Farrapos.
3ª estrela – 1839, Campos dos Palmas.
4ª estrela – 1842, Revolução Liberal de Sorocaba.
5ª estrela – 1865 a 1870, Guerra do Paraguai.
6ª estrela– 1893, Revolta da Armada (Revolução Federalista).
7ª estrela – 1896, Questão dos Protocolos.
8ª estrela – 1897, Campanha de Canudos.
9ª estrela – 1910, Revolta do Marinheiro João Cândido.
10ª estrela – 1917, Greve Operária.
11ª estrela – 1922, “Os 18 do Forte de Copacabana” e Sedição do Mato Grosso.
12ª estrela – 1924, Revolução de São Paulo e Campanhas do Sul.
13ª estrela – 1926, Campanhas do Nordeste e Goiás.
14ª estrela– 1930, Revolução Outubrista-Getúlio Vargas.
15ª estrela 1932, Revolução Constitucionalista.
16ª estrela – 1935/1937, Movimentos Extremistas.
17ª estrela– 1942/1945, 2ª Guerra Mundial.
18ª estrela – 1964, Revolução de Março.
Somente a última estrela representa uma ação própria da Polícia Militar, mas, mesmo assim, a própria PM surge depois do golpe de 1964, que ainda chamam e ostentam como revolução, colocando-se assim como um representante presente do regime de exceção.
Seu nascimento como PM aconteceu, pois, após silenciar potenciais adversários políticos. Sobrava erradicar os que se insubordinavam espontaneamente por motivos quaisquer como, por exemplo, quebra-quebras recorrentes na nossa história contra maus serviços públicos ou outros levantes espontâneos que não podiam ser imputados à esquerda para justificar, durante o período do regime militar, o assassinato de seus líderes como terroristas, pois estavam ali trabalhadores, estudantes, pobres, mães e outros que não podiam ser chamados de militantes organizados.
Contra eles surgiu a ideia de uma resposta imediata na cidade, ligada à gestão da ordem e por isso ao sentido antigo de polícia e não de investigação ou prisão de pessoas. Era muito mais ligada à mutilação, à violência, ao assassinato sumário e outros tipos de ocorrência. Não era necessário investigar, mas bater rápido seja lá em quem for e conseguir reverter possíveis revezes de equívocos operacionais apoiados na imprensa,  que por sua vez justificaria qualquer atitude do poder público como o preço em sangue e sacrifício de inocentes para a manutenção da ordem, isto é, da ordem que mantém os pobres, explorados e insubordinados em seu lugar. E pra isso surge a Polícia Militar.
A Polícia Militar pode tudo, pois atua no mundo civil, mas só é processada pelo poder militar, sendo a ele subordinado, pois o máximo que um policial militar consegue chegar é a um grau intermediário do exército, colocando como força de última instância do controle da população, estruturalmente corrupta, como as reportagens recentes mostram e repetem, mas que, passados os períodos em que a memória se aviva com escândalos, ressurge sua inviolabilidade por qualquer norma do direito civil ou constituição, sendo-lhe atribuída ao mesmo tempo o direito de interpretar o que é a ordem e mantê-la.
Eis mais um daqueles resíduos que criam uma mitologia própria, como vemos no Brasão que coloca fases diversas de instituições de funções diversas como uma coisa só, milícia, força pública e polícia militar, conjurando e misturando o orgulho em ser paulista com o amor à repressão e à violência e que, na verdade, é uma criação que na origem sustentava o regime militar na ditadura, mas que, misteriosamente, permanece para além dela.
Ostentando um brasão com um currículo desses é difícil não concordar com o professor Gilson Teixeira de que: “A manipulação autoritária, realizada pelo regime militar, em relação aos órgãos policiais, transformando-os em agencias estatais diretamente responsáveis pela prática da repressão ideológica, da prisão clandestina e ilegal, e da prática de tortura como método de trabalho, contribuiu para uma cisão profunda entre a sociedade e a polícia” (TEIXEIRA, Gilson. “Os ‘Homens da Lei’: um estudo do ethos profissional dos policiais civis do Rio de Janeiro”, p. 78).

Isolados por pedágio estocam gás e comem pão velho; até a Guarda Municipal deixou de vigiar a área


Folha de S. Paulo

Em Paulínia, morador tem que pagar R$ 7,65 até para ir à padaria ou à farmácia; Guarda suspende ronda
Heraldo Ezier Bizi, 68, montou um estoque de seis botijões de gás dentro de casa - um para cada morador, já incluídos os dois netos.

José Pedro Moreno Morcillo, 58, armazena comida.
Adenair Scardua, 65, comprou quatro galinhas para garantir os ovos do jantar.
E há mais de um ano quase toda a vizinhança não come mais pão fresquinho, não recebe a visita da Guarda Municipal nem a pizza do delivery.
Não se trata de prenúncio de guerra nem catástrofe.
É só a vida de moradores que ficaram isolados pela implantação de uma praça de pedágio na SP-332, em Paulínia (a 117 km da capital paulista), com tarifa de R$ 7,65.
A cobrança, a cargo da concessionária Rota das Bandeiras, começou há 14 meses -na segunda etapa de concessões do governo paulista.
Ela é feita num acesso lateral da estrada. O alvo eram caminhões de uma refinaria da Petrobras. Mas os moradores das casas espalhadas nas proximidades da fazenda Cascata ficaram sem alternativa de acesso a lugares indispensáveis como padaria, farmácia e banco.
O estoque de mantimentos é uma estratégia para atenuar a passagem no pedágio.
“Imagina pagar R$ 7,65 de manhã para comprar três pãezinhos, que não custam nem R$ 1. Aqui não existe comércio”, diz a servidora Rosineide de Oliveira Moreno, 51.
O marido dela reclama que não consegue nem receber a visita regular dos netos, mesmo morando a dez minutos deles. “Nem usamos a rodovia. É só para atravessar um pontilhão”, conta José Pedro.
O transporte público não serve de opção -por ser uma área afastada, os ônibus só passam três vezes no dia.
A concessionária diz que os pontos de pedágio foram definidos pelo governo e que ela segue o contrato.
O governo Geraldo Alckmin (PSDB), por sua vez, não reconhece os problemas (leia texto nesta página).
Sem serviço público
Em Paulínia, há um agravante: esses habitantes, que a prefeitura estima em mais de mil, tiveram até serviços públicos reduzidos.
A Guarda Municipal não vigia mais a área separada pelo pedágio -alega não ter isenção para seus carros e não ter como custear a tarifa para fazer a ronda.
“Não há possibilidade de prestar serviço público lá por conta da cobrança. Só em caso de emergência”, afirma Ronaldo Pontes Furtado, secretário de Segurança Pública.”O lixo era coletado três vezes por semana. Agora, é uma. O pessoal da saúde não vai porque tem pedágio“, complementa ele.
Empresas que vendem gás, galões de água e material de construção interromperam as entregas na região -exceto se a tarifa de R$ 7,65 for paga pelo próprio cliente.
Quem trabalha no centro de Paulínia passou a ter a despesa extra diariamente -num mês, beira R$ 200.
Morador do local há 14 anos, Espedito de Paula Dias, 80, diz que nunca mais recebeu os clientes que compravam as abóboras de seu sítio.
A rota à cidade vizinha, Cosmópolis, não adianta. A 3 km, tem outro pedágio, de R$ 5,45 -na ida e na volta.

fonte: Folha de S. Paulo - reportagem de Alencar Izidoro

Combate à criminalidade exige investir no social


Edinho Silva
Após a onda de violência do final do ano passado, que culminou com a expulsão de traficantes do Complexo do Alemão, o Rio de Janeiro voltou a ser manchete internacional. Desta vez, com uma notícia que, se ainda não possibilita comemoração, pelo menos traz alento. De acordo com balanço da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro, divulgado no mês de janeiro, o número de homicídios dolosos, com intenção de matar, caiu 17,7% no estado em 2010 comparado a 2009.

Foi a maior queda desde que o levantamento teve início, em 1991. O Rio registrou no ano passado 4.768 homicídios dolosos, contra 5.793 casos em 2009. Em 2001, o estado totalizou 7.518 assassinatos.

Os dados também mostram redução da incidência de assaltos a mão armada, que caíram 21% em 2010 e de roubo de veículos, que apresentou redução de 20%. A Secretaria de Segurança Pública do Rio classifica o resultado como positivo e registra queda de 38,5% também no número de roubos seguidos de morte.

Os números não podem ser comemorados porque os índices ainda estão bem acima do preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) quando se trata de violência urbana. A OMS considera um índice de homicídio acima de 10 para cada 100 mil habitantes como de “violência epidêmica”. O Rio de Janeiro, mesmo com a redução, passou a ter 26 casos para cada 100 mil habitantes.

Porém, a violência no Rio, assim como em outros estados brasileiros, não deve ser analisada apenas a partir das estatísticas. A “epidemia” não começou hoje nem será extirpada num passe de mágica. A criminalidade cresceu embalada por anos de descaso das autoridades com as comunidades das periferias. Sem projetos sociais, sem assistência à saúde, sem educação qualificada, vivendo em moradias improvisadas e até mesmo sem meio de transporte adequado, essa população virou refém do crime organizado. O Estado foi substituído pelas organizações criminosas.

O relatório do Instituto de Segurança Pública (ISP) é sintomático. Mostra que a curva da violência no Rio começou a mudar a partir da chegada às periferias de programas sociais capazes de, realmente, promover a inclusão social das comunidades carentes. As Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), instaladas em várias comunidades nos morros da cidade do Rio de Janeiro, têm papel significativo, mas não preponderante. Ações integradas de políticas públicas não só restabelecem o papel do Estado, enfraquecendo o crime organizado, como também melhora a auto-estima das comunidades, diminuindo o “fermento da violência”.

A presença constante da polícia é importante, porém, crucial é reverter a condição social dos moradores das periferias urbanas. Nesse particular, méritos também para o governo do ex-presidente Lula, que investiu para levar saúde, educação, transporte, enfim, oferecer condições dignas de vida à população dos morros cariocas.

Ao longo de décadas essas comunidades foram tratadas como um problema, sem, contudo, merecer atenção dos governantes em busca de uma resolução para esse exemplo de degradação urbana. O governo Lula provou que é possível fazer a diferença nas “periferias do Brasil” quando se tem vontade política. Levou o Programa de Aceleração do Crescimento às favelas, investindo em escolas, saneamento básico, moradias do programa Minha Casa, Minha Vida. O mais importante, gerou empregos, condição essencial para a estruturação das famílias.

No fim do ano passado, como exemplo da construção da auto-estima desse povo sofrido, inaugurou um moderno sistema de transporte por teleférico no Morro do Alemão. Antes desse investimento era impossível desenvolver qualquer sistema de transporte urbano para aquela comunidade. Ainda há muito a ser feito e o governo da presidente Dilma Rousseff seguirá investindo nas comunidades carentes, não apenas do Rio de Janeiro, mas também de todo o Brasil.

A redução da criminalidade no Rio, como no Brasil todo, é a comprovação inequívoca de que a violência não se combate apenas com polícia, mas, sobretudo, com oportunidades de inclusão social para as camadas mais carentes da população. O governo Lula reduziu o “fermento da criminalidade” ao investir no crescimento do país. Em oito anos, o Brasil gerou mais de 16 milhões de empregos formais e tirou mais de 24 milhões de pessoas da linha de pobreza, além de melhor a renda da maioria da classe trabalhadora. Sem dúvida, a inclusão social é o melhor escudo contra a violência.


*Edinho Silva é presidente estadual do PT-SP e deputado estadual eleito

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Memórias do Saqueio: como o patrimônio construído com o trabalho e os impostos do povo paulista foi vendido
 
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