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sábado, 9 de abril de 2011

Programa de WebTV atinge Polícia e até Palácio dos Bandeirantes

Alckmin chega a 100 dias tentando se livrar da marca de Serra

(do IG São Paulo, por Nara Alves)

Empenhado em conter desgastes políticos, tucano comemora avaliação positiva nos primeiros meses de governo

O tucano Geraldo Alckmin assumiu o governo de São Paulo com o compromisso de dar continuidade ao governo anterior, de José Serra (PSDB). O que se viu logo nas primeiras semanas, no entanto, foi um pacote de mudanças e decisões que acentuaram as diferenças entre os estilos serrista e alckmista. Até agora, a administração paulista tem se empenhado em contornar questões políticas que poderiam resultar em desgaste político – como a criação do Partido Social Democrático (PSD), que tem como cofundador o vice-governador, Guilherme Afif Domingos – e de imagem, como a crise de espionagem que atingiu a Secretaria de Segurança Pública do Estado.
Alckmin imprimiu uma nova rotina no Palácio dos Bandeirantes. Determinou a revisão de todos os contratos, cortou gastos e relançou programas, como o Governo Presente. Manteve apenas seis dos 26 secretários da gestão anterior. Fechou pastas criadas por Serra e reabriu as que haviam sido fechadas pelo antecessor. Fez tudo isso sempre negando com veemência que seu governo seja de ruptura. Empenhou-se em tecer elogios públicos a Serra a ponto de apontá-lo como a melhor opção do PSDB para as eleições de 2012 na capital.

Aprovação
O estilo alckmista vem acompanhado da melhor avaliação registrada desde 1995 para os três primeiros anos de governo. Hoje, pouco se fala de Paulo César Ribeiro, irmão da primeira-dama Lu Alckmin, acusado de integrar um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro que causou alvoroço em Pindamonhangaba, cidade natal do governador. O questionamento da Procuradoria Geral Eleitoral sobre supostas irregularidades na captação de recursos na campanha tucana também foi superado, assim como a enchente que devastou Franco da Rocha.
De acordo com pesquisa realizada pelo Datafolha, Alckmin teve a melhor avaliação nos três primeiros meses de mandato desde 1995, superando os antecessores José Serra e Mário Covas, seu padrinho político. O governo Alckmin foi considerado ótimo ou bom por 48% da população. No mesmo período do governo Serra, este índice foi de 39%. Segundo o levantamento, os entrevistados deram ao governo Alckmin uma nota média de 6,4 em uma escala que vai até 10.
A nota da população é provavelmente superior à que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, daria para o governador. “Eu avalio o governo de Geraldo Alckmin (nesses 100 dias) positivamente. De zero a 10, eu daria uma nota acima de cinco”, disse Kassab ao iG. O prefeito fez a mesma avaliação sobre o governo de Dilma Rousseff, com quem vem flertando abertamente desde que anunciou a criação do PSD.
O prefeito paulistano causou muita dor de cabeça a Alckmin. Ao anunciar o PSD, Kassab se colocou como alternativa à polarização entre PT e PSDB em São Paulo e não esconde de ninguém que deseja ser candidato à sucessão de Alckmin, que deve se candidatar à reeleição em 2014. Além disso, o prefeito levou consigo o próprio vice-governador, Guilherme Afif Domingos, que neste meio tempo perdeu o controle do Conselho Estadual de Petróleo e Gás Natural. Ao iG Afif disse que não tem se dedicado à prospecção de nomes e organização de atos da nova sigla por imposição do chefe. “Não tenho autorização para fazer isso nem aos finais de semana”, contou.

Espionagem
Ainda na esfera política, Alckmin assistiu ao vazamento de um vídeo em que o secretário de Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, aparece encontrando-se com um repórter do jornal Folha de S.Paulo, no Shopping Pátio Higienópolis. As imagens do circuito interno de televisão do shopping foram vazadas para a imprensa e Alckmin escalou interlocutores mais próximos para que evitassem um acirramento dos ânimos no partido. Ao mesmo tempo, defendeu tanto Ferreira Pinto como o secretário de Transportes, Saulo de Castro Abreu Filho, ex-titular da Segurança, citado nos bastidores por envolvimento na suposta espionagem.
Alckmin articulou para evitar que a crise impactasse na disputa de poder dentro do PSDB pelo controle das eleições municipais de 2012. Como planejou, o governador deve garantir o controle do partido no município com a indicação de seu secretário de Gestão Pública, Julio Semeghini, à presidência da sigla em São Paulo, contra o deputado estadual eleito Carlos Bezerra Junior, favorito de Serra. No âmbito Estadual, o quadro também favorece a Alckmin. Para suceder ao atual presidente do PSDB em São Paulo, o deputado Mendes Thame, ligado a Serra, o favorito é deputado Pedro Tobias, amigo de Alckmin.
Na Assembleia Legislativa de São Paulo, o controle alckmista também prevalece. No que depender dos deputados da base tucana, o governador terá quatro anos de projetos aprovados e sem grandes sobressaltos. No primeiro dia dos trabalhados na nova legislatura, tucanos protocolaram diversos pedidos de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) sem risco político para Alckmin. Com isso, a CPI dos pedágios, por exemplo, que seria desgastante para o governo, ficou na fila de espera. Dependendo do andamento das investigações, o tucano pode terminar o mandato como começou, sem muito sufoco.

Congelamento de investimentos nos transportes marcam os 100 primeiros dias do governo Alckmin

(do site PT Alesp)

No próximo dia 10 de abril, Geraldo Alckmin completa 100 dias de governo, e a Bancada do PT preparou um balanço do período.
Logo numa primeira análise, o distanciamento tático do governo Serra é claro. Para o líder da Bancada do PT, deputado Enio Tatto, existe uma verdadeira guerra no ninho tucano. “Assim que o atual governador Geraldo Alckmin retomou o comando do Palácio dos Bandeirantes, deu início à operação desmonte da gestão Serra, com uma série de apurações, demissões, investigações de ações de sua gestão como nunca visto, na sucessão de governo da mesma legenda.
A centralização e a falta de transparência também têm se revelado marcas do governo Alckmin. Só para citar um exemplo, foram três secretarias criadas por decreto. A Constituição Estadual define que novas secretarias devem ser criadas por meio de Projetos de Lei e estes deliberados pela Assembleia.
Alckmin cortou investimentos diretos e repasses para as empresas estatais. O valor contingenciado pelo governo alcançou a cifra de R$ 1,78 bilhões, representando um corte de R$ 733 milhões (11,9%) para repasses para investimentos das empresas públicas, de R$ 732 milhões (6,9%) para investimento e de R$ 315 milhões para o custeio. Por secretaria, se verifica que as mais afetadas são as de Transporte (R$ 304 milhões), Transporte Metropolitano (R$ 830 milhões), Habitação (R$ 200 milhões). Em três meses, o governo Alckmin já arrecadou aproximadamente R$ 1 bilhão a mais que o previsto.

Metrô e CPTM
As panes e a superlotação no Metrô e na CPTM já são uma constante na vida dos usuários do sistema. Apesar disso, as obras seguem atrasadas. A linha 4, por exemplo, deveria ter sido entregue em abril de 2007, mas, quatro anos depois destes prazo, somente metade da fase 1 foi entregue, e o restante ficará para o final do ano. Vale lembrar que na inauguração da estação Butantã o governador afirmou que o Metrô deveria ser o dobro do que é atualmente.
Nos Transportes Metropolitanos, o governo Alckmin anunciou o contingenciamento de R$ 519 milhões de repasses para as empresas estatais, especialmente para o Metrô, com R$ 303 milhões congelados (9,8%). Para a CPTM, foram R$ 196 milhões (17%) e para a EMTU, R$ 20 milhões (20%).
Já os investimentos sofreram congelamento de R$ 261 milhões (11%), e chama a atenção o congelamento de recursos para modernização de praticamente todas as linhas da CPTM, como, por exemplo, a linha 12 Brás Calmon Vianna com R$ 25 milhões (20%). Já o Expresso Leste teve contingenciamento de R$ 36 milhões (10%). Ainda vale destacar o congelamento de 20% dos recursos para adaptação para acessibilidade na CPTM.
O governo paulista ainda contingenciou R$ 29,6 milhões, 10% dos recursos totais, para ressarcimento de gratuidades voltadas para idosos, estudantes e desempregados.
Com todos os problemas do Metrô, ainda houve bloqueio de R$ 40,6 milhões para material rodante, especialmente compra de trens, que representa 6% dos recursos previstos. Além do mais, houve também o contingenciamento de R$ 24 milhões para a modernização do sistema metro-ferroviário, que dificultará resolver os graves problemas do Metrô paulista.
A execução orçamentária aponta que os repasses para investimentos para o Metrô caíram 16%. No primeiro semestre de 2010, haviam sido repassados R$ 151 milhões e, até 6 de abril, não houve repasse. Para modernização do sistema metro-ferroviário a queda foi de R$ 1,4 bilhões menos 80%, isso tem relação com a compra de trens que teve queda de R$ 981 milhões (-76%). Diversas linhas da CPTM tiveram de 70 a 80/% de redução, como a Linha11 Luz Estudantes.

Nova marginal do Tietê opera sem licença ambiental.

(da Folha de SP)

Inauguradas há um ano, as novas pistas da marginal Tietê estão sem licença ambiental de operação, que não foi sequer pedida. Pela lei, o documento dá o sinal verde para empreendimentos que geram impacto no ambiente. A falta dele, na prática, revela que várias das exigências consideradas fundamentais pela Prefeitura de São Paulo não foram cumpridas.
Anunciada no final de 2008 pelo então governador José Serra (PSDB), a ampliação das marginais custou por volta de R$ 1,3 bilhão, segundo o governo do Estado, com a promessa de se fazer o "maior projeto de compensação ambiental" do mundo. A situação atual, porém, ainda está longe disso.
A Dersa, órgão do governo estadual responsável pela obra, não entregou os projetos das quatro passagens exclusivas de pedestres e ciclistas, por exemplo. Tanto a Dersa quanto a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo dizem que o pedido de licença das pistas da marginal só poderá ser solicitado após a conclusão das obras.

Após execução em cemitério, mortes causadas por policial terão pente-fino.

(do Estado de SP, por Marcelo Godoy e Bruno Paes Manso)

Todos os boletins de ocorrência que registrarem, a partir de hoje, casos de resistência seguida de morte na Grande São Paulo serão investigados pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), equipe da Polícia Civil especializada em assassinatos. Atualmente, essas apurações ficam sob responsabilidade dos distritos policiais da área em que o homicídio ocorreu.
A medida foi anunciada dois dias depois de o Estado divulgar áudio em que uma mulher narra ao Centro de Operações da Polícia Militar uma execução feita por policiais no Cemitério das Palmeiras, em Ferraz de Vasconcelos, Grande São Paulo. A testemunha segue sob proteção da Corregedoria e a Justiça decretou ontem a prisão preventiva dos PMs Ailton Vital da Silva e Filipe Daniel da Silva.
"Será publicada uma resolução determinando que, em todos os casos em que haja resistência seguida de morte, o DHPP será comunicado imediatamente, para que haja uma apuração rigorosa de todos os casos", disse o governador Geraldo Alckmin (PSDB), durante evento em Campo Limpo, na zona sul da capital. A norma será publicada hoje no Diário Oficial do Estado. "A fragilidade nas investigações é o motivo principal da violência cometida por alguns policiais. A atuação de um departamento especializado vai mudar esse quadro", afirmou o secretário de Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto.
Outra mudança importante é que o local do homicídio passa agora a ser preservado para o trabalho da perícia, "mesmo nos casos em que houver remoção das pessoas lesionadas". Atualmente, os locais em que acontece a morte por resistência não são preservados, o que dificulta a coleta de provas. Cápsulas deflagradas na ocorrência, por exemplo, determinantes para apontar a autoria do homicídio, acabam não fazendo parte das investigações.
Cruzamentos telefônicos e escutas, entre outras técnicas usadas pelo departamento especializado, também passam a constar nas apurações. Nos distritos policiais, os casos de resistência não eram investigados porque os crimes registrados no BO eram quase sempre o das vítimas - que supostamente haviam trocado tiros com policiais. Assim, o autor do homicídio acabava se tornando vítima. "As Corregedorias também vão continuar suas apurações. Isso vai valorizar o trabalho dos policiais que são corretos", diz o delegado-geral, Marcos Carneiro Lima.
A restrição dos trabalhos à Grande São Paulo não deve atrapalhar a eficácia da medida. Nos últimos 15 anos, 72,8% dos casos de resistência ocorreram nesta região. Os casos serão distribuídos para as equipes do DHPP de acordo com a área de atuação. A Polícia Militar informou, por meio da Assessoria de Imprensa, que não vai manifestar-se sobre a medida.

TCE manda governo de São Paulo refazer principal licitação contra enchentes no Tietê.

(da Folha de SP, por Arthur Guimarães)

O Tribunal de Contas de São Paulo (TCE-SP) anulou definitivamente nesta quarta-feira (6) a licitação lançada pelo governo estadual para contratação de empresas para limpar, transportar e separar os resíduos que se acumulam no rio Tietê, serviço essencial para evitar o assoreamento do leito e as consequentes enchentes na marginal.
Em sessão realizada hoje, o plenário referendou o voto do relator Fúlvio Julião Biazzi, que classificou como “imprópria” a modalidade de concorrência pública usada pelo Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), o pregão.
Na análise do TCE, houve um “vício de ilegalidade”, pois o pregão deve ser usado somente para serviços comuns (cujos padrões de qualidade possam ser objetivamente definidos) e não para tarefas de alta complexidade técnica.
Assim, o TCE determinou que o DAEE elabore um novo edital para desassorear o leito do Tietê, adiando o início do projeto que é uma das bandeiras de maior destaque neste começo da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) no Estado.
No total, após enfrentar três transbordamentos do Tietê desde a posse, o tucano anunciou um pacote de intervenções de macro drenagem da ordem de R$ 558 milhões na Região Metropolitana, sendo que a limpeza do fundo do Tietê é um dos itens mais importantes do plano.
Biazzi foi o responsável pela suspensão da licitação no dia 23 de março. Na ocasião, após receber impugnações vindas de construtoras e advogados, o membro do TCE decidiu interromper momentaneamente o pleito para analisar detalhadamente a documentação referente à contratação.
Foram várias as reclamações das empresas que concorrem pelos serviços. Por exemplo, as empreiteiras julgavam distorcidos os índices econômico-financeiros do edital e inadequadas exigências para qualificação técnica dos concorrentes. Ambas as críticas foram julgadas menores pelo tribunal.
Outra impugnação apontava ser incorreta a inclusão do serviço de triagem dos detritos na mesma licitação que contratava firmas para escavar o rio. Como anunciou o governador Geraldo Alckmin, o Estado quer separar o lixo da terra retirada do Tietê, como forma de reaproveitar os resíduos e baratear o processo.
Na avaliação das empresas, o desassoreamento e o beneficiamento seriam ações distintas que mereceriam editais separados. Nisso, o TCE também concordou. Assim, sugeriu que, na próxima licitação, o governo crie ferramentas para não transformar o beneficiamento dos detritos do Tietê em elemento de desequilíbrio no pleito.

Limpeza do rio virou imbróglio político
Destino do equivalente a cerca de 400 piscinas olímpicas de lixo e resíduos todo ano, o trecho metropolitano do rio Tietê passou por uma grande obra de rebaixamento de sua calha, em intervenção entregue em 2006 e financiada em parte com recursos do Japan Bank for International Cooperation (Jbic).
Na ocasião, pelo preço de quase R$ 2 bilhões, o governo alargou o rio em até 30 metros e o aprofundou em 2,5 metros. A promessa era a de que o Tietê não voltaria a transbordar tão cedo.
Como mostrou reportagem do UOL Notícias em 25 de março, no entanto, nos três anos seguintes à inaguração da obra (2006, 2007 e 2008), o serviço de desassoreamento não foi realizado. Na ocasião da publicação da reportagem, engenheiros e geólogos criticaram tal suspensão, afirmando que o assoreamento acumulado poderia potencializar novos transbordamentos.
Em 2008, o então governador José serra (PSDB) voltou a limpar o rio, mas somente a partir de outubro. Desde então, o volume retirado anualmente do Tietê foi sendo suplementado seguidamente pelas autoridades, já que a incidência das cheias no rio passou a tornar-se novamente preocupante.

Auditoria japonesa apontou carência orçamentária
Em 2009, a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), que passou a cuidar da obra executada pelo parceiro Jbic, chegou a produzir uma auditoria cujo relatório final apontava serem "insuficientes" as verbas alocadas pelo governo de São Paulo para a manutenção do rebaixamento do leito.
No documento, que classificava como "satisfatório" o estado geral de conservação da obra, os auditores destacaram que investimentos mais pesados deveriam ser feitos no desassoreamento, sob pena de novas cheias.
Por conta de todos esses problemas, o Ministério Público (MP) anunciou a abertura de inquérito civil para apurar as consequências da suspensão na limpeza e as eventuais responsabilidades pela decisão.
Atualmente, o contrato usado pelas autoridades para limpar o rio também apresenta problemas, segundo estudo da Liderança do PT na Assembleia Legislativa. Segundo levantamento feito no Sistema de Informações Gerencias da Execução Orçamentária (Sigeo), o DAEE já aditou (prolongou) em 52% o contrato inicial, sendo que o limite legal, teoricamente, é de 25%.
Tal aumento levou os deputados de oposição a fazerem uma nova representação no MP, pedindo explicações do governo. Os parlamentarem também anunciaram que convidaram os responsáveis pelo DAEE a comparecer ao Palácio Nove de Julho para esclarecer toda a questão.
Procurado para se pronunciar, o DAEE não retornou até a publicação desta reportagem.

Metrô de SP está no limite.

(do Transparência SP)

O tucanato já consagrou a expressão no "limite da irresponsabilidade" na era FHC. No Estado de SP, o Metrô caminha para esta situação. Sem investimentos acelerados em novas linhas, sobretudo perimetrais - ligando as regiões sem passar pelo centro da cidade -, o caos no sistema de transporte público e o travamento constante do trânsito já são considerados "normais" na cidade de São Paulo e região metropolitana.
Para além da questão do transporte público, os governos devem priorizar empreendimentos que aproximem os moradores de seu trabalho. Longos deslocamentos são terríveis, tanto do ponto de vista social como econômico.

''Não há mais espaço para colocarmos trens''

(do Jornal da Tarde, por Luisa Alcalde)

"Estamos no nosso limite técnico", admite Mário Fioratti, diretor de Operações do Metrô. "Não é que não temos mais trens para colocar em circulação. Não temos é mais espaço dentro das nossas margens de segurança."
Em 2010, houve 11 interferências na circulação dos trens por tempo maior que cinco minutos. A maioria dessas paradas foi motivada por objetos caídos na via e portas obstruídas.
Em virtude dos incidentes, o tempo médio de viagens do Jabaquara ao Tucuruvi no ano passado cresceu em relação ao de três anos atrás: de 42h34 para 43h41.
Para colocar mais trens em operação - hoje são 42 na Linha 1-Azul em horários de pico -, o Metrô quer reduzir a distância de um trem para outro de 120 metros para 20 metros.
Tecnologia. A companhia está testando, no novo trecho de 3,5 quilômetros do Sacomã à Vila Prudente, o Communication Based Train Control (CBTC), sistema de sinalização usado em metrôs do mundo todo. Isso deve ajudar na fluidez e redução nos intervalo entre os trens - o primeiro vagão passa a transmitir, eletronicamente, informações aos demais, como posição, distância, velocidade e tempos de percurso e de parada.
O CBTC deve reduzir o intervalo de tempo entre trens em 20%. Na Linha 1-Azul poderá haver o incremento de seis a oito trens.

Só esticar a rede de metrô é um modelo insustentável
(por Ailton B. Pires, presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos)

São Paulo cresceu com erros.Seu planejamento foi feito apenas pelo empresariado, que construía empreendimentos em locais que considerava lucrativos.O resultado foi um crescimento para a periferia, que afastou as pessoas do trabalho, do ensino. Esse modelo e bastante caro.
Esticar a rede de metro e da CPTM é insustentável. O aumento na oferta de vagas atrai mais e mais usuários, pois a rede é segura e confiável. Por outro lado, compromete-se o conforto e aumentam os custos - financeiros e pessoais, com a perda de tempo.
Aumentar a conectividade das linhas e construir mais corredores de ônibus (municipais e intermunicipais) ajudam a aliviar a superlotação. Mas,a longo prazo,continuaremos a construir cidades caras. Por isso, e preciso criar um Plano Diretor Metropolitano eficiente. Os futuros prefeitos precisam discutir como será a região na próxima década, não apenas fazer promessas. Não adianta fazer novas linhas e manter as pessoas morando longe. Assim, problemas com superlotação só aumentam.

Caos no metrô de SP: usuário é obrigado a descer no meio do caminho.

(do Transparência SP)

Seguindo o receituário de cortes nos investimentos públicos para gerar superávit fiscal e honrar o pagamento de dívidas públicas, o governo paulista passou duas décadas adiando investimentos em infraestrutura, principalmente no Metrô e na CPTM (trens metropolitanos). A falta de investimentos neste período estão cobrando o seu preço.
Trens superlotados, atrasos e falhas quase diárias no sistema revelam que mesmo a retomada recente dos investimentos não estão conseguindo superar os problemas. São Paulo está parando. Só não vê quem não quer.

(do Jornal da Tarde, por Luisa Alcade)
Metrô obriga usuário a descer no meio do caminho

Para remanejar 'trens fantasmas' a estações mais lotadas, empresa faz passageiro desembarcar e aguardar a próxima composição
A lotação do metrô de São Paulo nos horários de pico está tornando mais frequente uma operação feita quando há superlotação nas plataformas. Para esvaziar estações cheias, passageiros são obrigados a descer em algumas paradas e o trem vazio é levado para onde existe mais demanda. Os usuários deixados no meio do caminho são forçados a aguardar a próxima composição.
Trens são esvaziados na Estação Ana Rosa para prestar serviço a partir do Paraíso
A intensificação desse tipo de manobra acontece porque há cada vez mais passageiros e isso faz com que o horário de pico também dure mais tempo. Para evitar a lotação, os usuários adiantam ou atrasam a saída de casa ou do trabalho e, por isso, o rush do metrô aumentou em 2h30.
No período da manhã, das 6h30 às 9 horas, usuários da Linha 1-Azul que partem do Jabaquara, na zona sul, em direção ao Tucuruvi, na zona norte, podem ter de descer na Estação São Bento e aguardar o vagão seguinte. Na Linha 2-Verde, os trens são esvaziados na Estação Ana Rosa para prestar serviço a partir do Paraíso. À tarde, das 17 horas às 19h30, quem segue para a zona leste pode ter de saltar na Penha ou no Tatuapé e esperar o trem que vem logo atrás. Os trens esvaziados são redirecionados nos pátios de manobras e voltam para pegar passageiros nas estações mais cheias.
Na última segunda-feira, a reportagem acompanhou do Centro de Controle Operacional (CCO) do Metrô o embarque de passageiros no pico da manhã, às 7h. Em 40 minutos, quatro trens tiveram de ser redirecionados na Linha 1-Azul para dar vazão à grande demanda de passageiros na Estação Sé. No pico da tarde, na Estação Barra Funda, para cada trem que sai cheio, o seguinte, batizado pelos usuários de "trem fantasma", parte vazio.
Essas estratégias já eram usadas pelo Metrô quando a companhia registrava problemas operacionais. Elas passaram a ser mais frequentes após o aumento do horário de pico e depois que o Metrô atingiu a marca de 3,7 milhões de passageiros por dia.
A alteração no trajeto dos trens não é a única tática para evitar a lotação das plataformas. No horário de rush em estações mais cheias, como Sé, Luz, Barra Funda, Paraíso, República e Anhangabaú, por exemplo, o Metrô também tem desligado escadas rolantes e diminuído a oferta de catracas para não superlotar ainda mais as plataformas.
"Nesses momentos, prefiro os passageiros represados nos mezaninos do que nas plataformas. É uma questão de segurança", afirma o diretor de Operações do Metrô, Mário Fioratti. Ele admitiu que vira mais trens e aciona mais composições vazias, mas o Metrô não divulgou o número de vezes que isso é feito por dia.
A superlotação também obrigou a companhia a comprar novas composições com portas mais largas (de 1,30 metro para 1,60 metro) para dar maior fluidez ao embarque e desembarque. "Foi também por isso que adquirimos esses trens sem assentos perto das portas, para as entradas e saídas de passageiros serem mais ágeis", diz Fioratti.
Transtornos. "Venho sentada, porque pego o trem no começo da linha. Acho incômodo ter de sair do vagão e esperar o que vem atrás, mesmo que não demore, porque tenho de seguir a viagem em pé", reclama a assistente financeira Maria Glória Galhardo, passageira da Linha 1-Azul.
O encarregado de transportes Rafael Cunha também pega o metrô vazio todos os dias na Estação Jabaquara, da Linha 1-Azul, mas já foi obrigado a descer três vezes na Estação São Bento do Metrô. "O próximo trem sempre vem lotado."
A auxiliar de enfermagem Telma, que preferiu omitir o sobrenome, segue da Estação Jabaquara para a Armênia todos os dias. "Quando o trem está na Vila Mariana ou na Ana Rosa, o condutor já avisa pelo alto-falante que ele fará a viagem apenas até a São Bento", conta. "E já peguei várias vezes as escadas rolantes desligadas na Sé."



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