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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Policiais Civis baleados por PMs se identificaram e estava rendidos; delegado foi pressionado a não lavrar boletim por tentativa de homicídio; secretaria se cala (tenta abafar o caso)

ANDRÉ CARAMANTE

DE SÃO PAULO


Os três policiais civis baleados por policiais militares dentro de uma casa em Osasco, Grande São Paulo, na noite de terça-feira (7), estavam rendidos e deitados no chão quando foram feridos pelos disparos.
Antes de serem baleados, os civis haviam se identificado como policiais civis e chegaram a jogar armas e distintivos na direção dos PMs do 42º Batalhão.
Por conta dos tiros contra os policiais civis, os PMs Fernando dos Santos Filho, 31, e Thiago Rodrigues de Oliveira, 24, foram presos em flagrante pela Corregedoria da Polícia Civil por disparo de arma de fogo, abuso de autoridade e lesão corporal dolosa.
Os dois PMs foram encaminhados para o Presídio Militar Romão Gomes, no Jardim Tremembé, zona norte paulistana, e onde a reportagem não tem acesso a eles. Seus advogados de defesa não foram localizados.
Santos Filho e Oliveira alegaram ter atirado contra os policiais civis porque os confundiram com ladrões e também porque eles fizeram "movimentos bruscos".
Os policiais civis Carlos Francisco Burgos, 33, Flávio Fernandes Fagundes, 58, e José Maria de Souza, 47, são da SIG (Setor de Investigações Gerais) da Delegacia Seccional de Franco da Rocha, Grande São Paulo.
Burgos foi ferido por tiros de pistola.40 nas costas e no rosto. As duas balas estão alojadas em seu corpo.
Souza teve parte do fêmur triturada por um tiro. Os dois serão operados, mas não correm risco de morte.
Fagundes, o terceiro policial civil ferido pelos PMs, levou um tiro na mão e foi liberado pelos médicos.
Os três policiais civis haviam ido ao Jardim Rochdale, em Osasco, porque tinham uma ordem para localizar e levar para a SIG João Seabra, que era investigado oficialmente por suspeita de estelionato. Havia ordem de serviço para que Seabra fosse localizado no nº 2227 da avenida Brasil, onde ele vive, e fosse conduzido à Seccional de Franco da Rocha para ser interrogado no inquérito policial nº 11/2012.
De acordo com a versão de um sargento da PM que acompanhava os dois policiais que foram presos, os três policiais civis foram baleados pelos PMs Santos Filho e Oliveira mesmo depois de terem se rendido e se apresentado como policiais civis.
Santos Filho e Oliveira havia entrado na casa onde os policiais civis estavam pela parte de trás do imóvel. Por isso, um dos tiros que atingiu o policial civil Burgos atingiu suas costas. Outros três PMs, inclusive o sargento, haviam entrado pela parte da frente da casa do suspeito de estelionato procurado pelos policiais civis.
O depoimento desse sargento foi prestado ao delegado Rodrigo Corrêa Batista, da Corregedoria da Polícia Civil. Seabra, o suspeito de estelionato alvo da operação dos policiais civis, confirmou que os investigadores se renderam quando viram os PMs, se desarmaram e deitaram no chão antes de serem feridos pelos tiros.
Os cinco PMs envolvidos no caso (dois presos e três que estão na condição de "averiguados") haviam ido à casa do suspeito de estelionato porque o sobrinho dele, Rogério Cardoso, ligou para o 190 e pediu ajuda dizendo que a casa do tio havia sido invadida por ladrões.
Folha apurou que o delegado responsável pelas prisões dos PMs queria autuá-los por tentativa de homicídio, mas que ele foi pressionado por seus superiores a lavrar o boletim de ocorrência por disparo de arma de fogo, lesão corporal dolosa e abuso de autoridade.
Tanto o suspeito de estelionato quanto seu sobrinho, ambos testemunhas dos tiros dos PMs nos policiais civis, não foram conduzidos pelos militares direto para a sede da Corregedoria da Polícia Civil, na rua da Consolação, área central de São Paulo, logo após o incidente.
Antes de serem apresentados ao delegado do caso, tio e sobrinho ficaram cerca de sete horas no batalhão onde trabalham os PMs envolvidos.
A Corregedoria da Polícia Civil também investigará a informação de que os PMs envolvidos no caso chegaram a fazer uma parada demorada no caminho entre a casa em que os policiais civis foram baleados e o Hospital Antônio Giglio, onde eles foram socorridos.
Essa parada só terminou quando o rádio de um dos policiais civis, ligado no viva voz, começou a tocar e dele partiu uma voz que falava "ô, polícia, está tudo bem? Onde vocês estão? Aconteceu algo? Ô, polícia, fala com a gente".
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo foi procurada pela reportagem para se manifestar sobre o caso, mas informou que nenhum representante do órgão falará sobre o caso.
Em nota, a pasta informou que o caso também é investigado pela Corregedoria da Polícia Militar e que "a Corregedoria da Polícia Civil constatou que não houve qualquer atividade ilícita ou irregular na ação dos policiais civis".

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